Opinião do Jornal do Comércio
Quando o Brasil tem um Código Florestal que levanta questionamentos contrários e a favor, não se pode esquecer que o nosso País, décadas após a frase ter sido cunhada, é sim o celeiro do mundo.
Com efeito, a produção agrícola global precisa dobrar até 2050 para que a fome seja erradicada e a segurança alimentar mundial garantida, segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês).
Essa estimativa se baseia na previsão de que a população do mundo chegará a 9,1 bilhões de habitantes em 2050. A expectativa da FAO é de que o Brasil eleve sua produção em 40% até 2019, enquanto China, Índia e Rússia deverão expandir as safras em 20%. Se concretizados, esse s aumentos resultarão em produção agrícola global 1,8% maior.
Para atingir esse objetivo, os investimentos agrícolas na região da Ásia e do Pacífico precisariam somar US$ 120 bilhões por ano, nos próximos 40 anos.
Em escala global, os investimentos devem totalizar US$ 200 bilhões por ano.
Mas a safra brasileira de grãos, confirmada em mais de 147 milhões de toneladas, é recorde. No entanto, atualmente os investimentos são feitos em ritmo mais lento, com uma média de US$ 80 bilhões anuais nos últimos três anos, na região da Ásia e do Pacífico. O declínio do investimento rural somado a outros desafios, como as mudanças climáticas, tem reduzido o crescimento da produção de alimentos na região.
O crescimento médio anual da produção de arroz, por exemplo, foi de apenas 0,8% no período de 1997 a 2007.
No caso do trigo, o crescimento médio na região foi de apenas 0,2% por ano no período.
A FAO avalia que um objetivo de médio prazo para a região seria o de que a produção aumentasse 40% até 2030. Isso ocorreria com a elevação anual de 1,8% na produtividade de arroz e trigo.
É fundamental criar novos planos nacionais de investimento e destinar recursos suficientes à agricultura no Brasil e nos países com vocação agrícola.
Cerca de dois terços da população de pessoas que passam fome no mundo, de um bilhão, estão na região da Ásia e do Pacífico. Essa é a maior obscenidade do mundo atual.
Aqui ao lado, os agricultores argentinos terão de desembolsar mais para cultivar a safra 2010/2011, o que pode limitar o investimento e o rendimento das lavouras.
O preço do diesel subiu cerca de 50% em junho na comparação com o mesmo mês de 2009 e os salários dos motoristas foram reajustados em 20%, o que elevou o frete em 31%. Também em junho, o fosfato diamônico, usado na adubação, custou 25% mais que em igual período de 2009, enquanto a ureia tem hoje preço 13% mais alto. A mão de obra subiu 15% e os aluguéis no campo estão entre 10% a 15% mais caros. Os números da Associação Argentina de Consórcios Regionais de Experimentação Agrícola (Acrea), uma das entidades mais respeitadas do país, mostram o peso da atividade no bolso do produtor.
Há um ano, a tonelada do trigo era cotada a US$ 160,00 enquanto hoje é negociada a US$ 145,00.
Os aumentos dos insumos em dólares têm um efeito muito maior na Argentina por causa da desvalorização do peso, na base de US$ 1,00 valendo 3,95 pesos, em média.
Então, quando o custo da produção sobe em dólares, na Argentina aumenta mais e provoca menor lucro potencial a futuro.
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