sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Uma picaretagem sem tamanho

Só 34% das doações eleitorais têm origem identificada 

Folha de São Paulo 

rsz_dinheiro-2.jpg (955×838)Os candidatos das 26 capitais brasileiras já arrecadaram R$ 120,5 milhões para cobrir gastos de campanha, segundo o Tribunal Superior Eleitoral. A segunda prestação parcial de contas foi divulgada ontem. 

Desse total, R$ 79,8 milhões (66%) vieram de doações ocultas --valor repassado pelos partidos ou comitês, o que torna impossível identificar a origem do dinheiro. 
A medida, legal, permite que empresas e pessoas físicas doem a candidatos sem ter o nome associado a eles. 

Dos candidatos a prefeito nas capitais, 18 tiveram 100% de doações ocultas, entre eles Gabriel Chalita (PMDB-SP) e José Fortunati (PDT-RS), atual prefeito de Porto Alegre. 

Os R$ 5,1 milhões arrecadados por Chalita até agora vieram de seu próprio partido, a exemplo do R$ 1,2 milhão de Fortunati. 
O candidato do PT em São Paulo, Fernando Haddad, lidera em volume de recursos recebidos por essa forma de repasse. Ele ganhou R$ 8,6 milhões do partido, o que equivale a 85% do declarado como arrecadação até agora. 

José Serra (PSDB-SP) é o segundo, com R$ 7,3 milhões oriundos da conta tucana, seguido do prefeito do Rio, Eduardo Paes, com R$ 5,4 milhões do caixa do PMDB. 
Paes recebeu 4.133 depósitos do comitê financeiro do partido, em parcelas que vão de R$ 62,50 a R$ 500 mil. 

O PR lidera entre as siglas com maior proporção de doações ocultas, depositando 85% do dinheiro de seus candidatos. DEM (82%) e PMDB (80%) completam o ranking. 

Ricos e Pobres 
Somente 14 candidatos das capitais declararam ter arrecadado mais de R$ 2 milhões. 

O campeão é Haddad, com R$ 10 milhões. Depois vêm Serra, com R$ 8,1 milhões, e Paes, que tem R$ 6,9 milhões. 

PMDB e PT foram os partidos que mais injetaram dinheiro nas campanhas de seus candidatos a prefeito. 
O PMDB investiu R$ 17,5 milhões ante R$ 17,3 milhões do PT, R$ 11,9 milhões do PSDB, R$ 11,2 milhões do PSB e R$ 10,3 milhões do DEM. 

O candidato "mais pobre" é Roberto Lopes (PCB), de Natal. Sua campanha recebeu R$ 500 --dele mesmo. 

A arrecadação dos candidatos de São Paulo é de R$ 25,7 milhões --21% do total das capitais. Em Rio Branco (AC), todas as campanhas a prefeito somaram R$ 127 mil.

Nenhum comentário:

Postar um comentário