Extremos do clima vão crescer, o duro é saber quando e como
Folha de São Paulo
É sempre bom ter algum pé atrás antes de atribuir situações climáticas específicas (como a desagradável seca dos últimos meses no Estado de São Paulo) ao efeito da ação humana sobre o planeta. Isso porque a variabilidade natural do clima é grande e precisa ser considerada. Uma das missões mais importantes dos climatologistas consiste justamente em olhar para todo o espectro das variações naturais --que vão de ciclos de alguns anos, como o El Niño, a outros com vários milênios, como a variação do eixo de rotação da Terra-- e tentar excluir essas explicações antes de dizer que uma variação é culpa do carbono que estamos produzindo.
O que dá para saber, no entanto, é que os extremos de clima --tempestades mais furiosas, verões mais quentes, estações secas mais rigorosas-- provavelmente vão se tornar mais comuns nos anos que virão, em parte pela própria natureza do aumento da temperatura da Terra.
Um jeito útil de entender isso é pensar no clima como um barco. Imagine que ele estava flutuando de modo mais ou menos estável, embora chacoalhasse às vezes.
De repente, um engraçadinho fica de pé numa das pontas da embarcação e começa a saltitar (o que equivale ao aumento da temperatura, o qual está inserindo mais energia no sistema climático, inevitavelmente).
Ora, antes de voltar ao estado de equilíbrio, é claro que esse barco vai balançar, com suas pontas subindo e descendo alternadamente (são os extremos climáticos, os quais podem até ser de frio às vezes --trata-se, em todo caso, da redistribuição de energia dentro do sistema).
De qualquer maneira, até que a incerteza diminua, é bom preparar as galochas --e o vaporizador de água, e o agasalho. E torcer para a canoa não virar.
Folha de São Paulo
É sempre bom ter algum pé atrás antes de atribuir situações climáticas específicas (como a desagradável seca dos últimos meses no Estado de São Paulo) ao efeito da ação humana sobre o planeta. Isso porque a variabilidade natural do clima é grande e precisa ser considerada. Uma das missões mais importantes dos climatologistas consiste justamente em olhar para todo o espectro das variações naturais --que vão de ciclos de alguns anos, como o El Niño, a outros com vários milênios, como a variação do eixo de rotação da Terra-- e tentar excluir essas explicações antes de dizer que uma variação é culpa do carbono que estamos produzindo.
O que dá para saber, no entanto, é que os extremos de clima --tempestades mais furiosas, verões mais quentes, estações secas mais rigorosas-- provavelmente vão se tornar mais comuns nos anos que virão, em parte pela própria natureza do aumento da temperatura da Terra.
Um jeito útil de entender isso é pensar no clima como um barco. Imagine que ele estava flutuando de modo mais ou menos estável, embora chacoalhasse às vezes.
De repente, um engraçadinho fica de pé numa das pontas da embarcação e começa a saltitar (o que equivale ao aumento da temperatura, o qual está inserindo mais energia no sistema climático, inevitavelmente).
Ora, antes de voltar ao estado de equilíbrio, é claro que esse barco vai balançar, com suas pontas subindo e descendo alternadamente (são os extremos climáticos, os quais podem até ser de frio às vezes --trata-se, em todo caso, da redistribuição de energia dentro do sistema).
De qualquer maneira, até que a incerteza diminua, é bom preparar as galochas --e o vaporizador de água, e o agasalho. E torcer para a canoa não virar.
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