O triste Flamengo de mais de 35 milhões de torcedores nas mãos da vereadora Patricia Amorim. A presidente que canta, dança e coloca tererê, enquanto o clube deve R$ 250 milhões
Cosme Rímoli (*)
O Flamengo deve luvas a Deivid há um ano e meio.
O atacante entra na justiça contra o clube.
Foi aconselhado pelo vice de finanças Michel Ley.
Entrou e continua no time como se nada houvesse acontecido.
O Flamengo deve seis meses da maior parte dos salários de Ronaldinho Gaúcho.
Se a Traffic não cumpriu o acordo era obrigação do clube carioca assumir.
Ou ele joga pelo time da Pavilhão Nove?
Alex Silva se recusou a viajar para a Bolívia.
Ficou revoltado com o atraso nos seus direitos de imagem.
E a perspectiva de ficar muito tempo sem receber.
Mesmo assim, Patricia Amorim contratou Vagner Love.
Aceitou a pedida do CSKA.
Vai pagar cerca de R$ 20 milhões em três vezes.
Mal o jogador chegou, ela teve coragem de fazer um tererê vermelho e preto.
E cantou e dançou com o atacante.
Patricia viu sua diretoria massacrar Vanderlei Luxemburgo, com que vivia de beijinhos.
E prometia apoiar até debaixo d'água.
Só que não tocava nos três meses de salários atrasados.
E a sede de sangue de Luxemburgo dos seus dirigentes.
Dos jogadores pela arrogância com que os tratava.
Das inúmeras demissões que acumula na carreria, sofreu a mais humilhante.
Até os sapateiros que ficam em frente à Gávea sabiam da sua demissão após a partida contra o Potosi.
Luxemburgo já foi aconselhado a procurar a Justiça para receber a multa de R$ 3,3 milhões pela demissão.
E mais o R$ 1,5 milhão por três meses de salário.
Livres de Vanderlei, os assessores de Patricia queriam alguém mais maleável.
E contrataram Joel Santana.
Ele adora ser chamado de Papai Joel.
Muito mais psicólogo, baby sitter do que treinador, vai se adequar a Ronaldinho Gaúcho e Vagner Love juntos.
Ainda mais às vésperas do Carnaval.
Se insistirem, ele até vai junto nos camarotes milionários que as cervejarias montam no Rio.
Hoje o Flamengo lançou a sua nova camisa.
A foto que circula pelo Brasil é Love ao lado de duas sambistas.
O Flamengo é o clube de maior torcida no Brasil.
O mais popular.
Tem uma dívida orçada em mais de R$ 250 milhões.
Os processos trabalhistas são centenas...
Gente que cobra na justiça o que o clube não lhe pagou...
Patricia Amorim deveria ser a primeira mulher de verdade ao assumir um clube grande.
Com poder de decisão.
As que tiveram um cargo parecido, viviam à sombra do marido, como Marlene Matheus no Corinthians.
Patricia representava também a atleta ao chegar ao poder.
Foi o que todos pensaram.
Só que se esqueceram que ela era vereadora.
Uma política profissional.
Foi costurando alianças das mais variadas alas que chegou à presidência.
Representava também a juventude, a renovação de idéias...
Contra o mentor Márcio Braga e o seu candidato Delair Dumbrosck.
Para representar cerca de 35 milhões de flamenguistas, bastaram 792 votos.
Sim.
O universo que definiu a presidência do clube até 2012 foi de 2.342 votantes.
Patricia teve apenas 93 votos a mais que Delair.
E ganhou o poder de decepcionar não só seus eleitores.
Mas as mulheres, os atletas, a juventude no poder.
Enquanto o Flamengo está travado financeiramente...
Ela teve coragem de balançar seu tererê ao som de 'Só Love', com o novo atacante de R$ 20 milhões.
Todos estão paralisados, fingem que não enxergam.
Mas a direção do Flamengo envergonha o Brasil.
Principalmente quem acreditou em uma mulher chamada Patricia Filler Amorim...
Nero não faria melhor se soubesse tocar Claudinho & Bochecha na harpa...
(*) Jornalista esportivo e que trabalhou 22 anos no Jornal da Tarde
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