Edilberto Sena (*)
A organização Mundial da Saúde, OMS, preocupada com tantas doenças tropicais, decide investir 785 milhões de dólares, cerca de um bilhão 320 milhões de reais, para erradicar 17 doenças comuns em países pobres. Entre as 17 doenças a serem erradicadas estão: hanseníase, leishmaniose, dengue, febre amarela e, embora não apareça na primeira parte da lista, deve estar incluída a malária.
Uma coisa que logo chama a atenção é a aparente boa vontade dos senhores da OMS, querer erradicar tantas doenças em países pobres. É muito pouco o dinheiro a ser usado nesta heroica campanha. Basta comparar com o quanto é gasto pela Organização das Nações Unidas, ONU com o cuidar dos refugiados de guerra na África, Oriente Médio e na Colômbia.
Um bilhão e 320 milhões de reais é muito pouco para erradicar tantas doenças de países pobres. Neste contexto, vem outra questão: o Brasil é um país pobre? Se for analisado pela questão das 17 doenças da lista da OMS, certamente que o Brasil é um país muito pobre. Dengue malária leishmaniose, hanseníase, são ainda doenças frequentes no país.
E aqui está um escândalo: em volume de dinheiro no tesouro nacional, o Brasil é um dos grandes países emergentes, candidato a ser o quinto mais rico do planeta; em frequência da doenças tropicais, é um país de nível da Angola e Moçambique. E o mais escandaloso: a OMS pensa em erradicar tantas doenças de pobres com 1 bilhão e meio de reais é possível?. O governo brasileiro não precisaria ocupar essa ninharia da OMS, pois está gastando 8 vezes mais, cerca de 10 bilhões de reais só para construir estádios e aeroportos para a próxima copa do mundo.
Dinheiro bastante há, o que falta ao governo brasileiro é consciência humanitária para erradicar tantas doenças tropicais que ainda matam tantos brasileiros. Em vez de cuidar da saúde do povo, o governo arma caros circos, para o povo se divertir com esporte, enquanto muitos morrem de dengue, malária e leishmaniose. As autoridades brasileiras são perversas e não e não verdade que o Brasil seja pobre!
(*) Sacerdote e Diretor da Rádio Rural de Santarém (PA)
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