Gilberto Dimenstein (*)
Mostrei nesta semana a experiência de Jaime Lerner, ex-prefeito de Curitiba, que, rodeado de técnicos, está fazendo um carro elétrico, de papel, a ser compartilhado nas cidades, entrando na agenda de designers e urbanistas mundiais .
É por esse olhar que analiso e sinto a eleição da cidade de São Paulo, agora apimentada com a decisão de José Serra sair candidato.
Imagino como prefeito ideal para a cidade aquele que tem paixão pelas soluções locais, usando toda a inventividade para melhorar o cotidiano. Existe aí o prazer de mudar pequenas coisas todos os dias.
Quando entreguei um documento para Serra assinar se comprometendo a acabar seu mandato (o que, como sabemos, rasgou) tinha na cabeça apenas uma coisa: ajudar a educar o paulistano de que a prefeitura não era trampolim. Estava influenciado pela minha experiência de Nova York, onde testemunhei extraordinárias soluções locais, aplaudidas mundialmente.
A chance de vitória de Serra tem a ver, inicialmente, com sua capacidade de convencer a população que quer ser prefeito de São Paulo e vai drenar sua energia para fazer uma cidade melhor, encerrando aqui sua carreira. Vai conseguir convencer?
Se não conseguir, e o paulistano se sentir numa armadilha, tenho dúvidas até que ele chegue ao segundo turno.
(*) Jornalista é colunista da Folha de São Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário