Por Padre Sidney Augusto Canto (*)
Um menino, com voz tímida e os olhos cheios de admiração, pergunta ao pai, quando este retorna do trabalho:
Um menino, com voz tímida e os olhos cheios de admiração, pergunta ao pai, quando este retorna do trabalho:
- Pai, quanto o senhor ganha por hora?
O pai, num gesto severo, responde:
- Meu filho, isto nem a sua mãe sabe. Por isso, não me amole, estou cansado!!!
Mas o filho insiste:
- Mas papai, por favor, diga, quanto o senhor ganha por hora?
A reação do pai foi menos severa e respondeu:
- Três reais por hora.
- Então, papai, o senhor poderia me emprestar um real?
O pai, cheio de ira e tratando o filho com brutalidade, respondeu:
- Então essa era a razão de querer saber quanto eu ganho? Vá dormir e não me enche mais o saco.
Já era noite, quando o pai, por algum momento raro, começou a pensar no que havia acontecido com o filho e sentiu-se culpado. Talvez, quem sabe, o filho precisasse comprar algo. Querendo aliviar sua consciência doída, foi até o quarto do menino e, em voz baixa, perguntou:
- Filho, esta dormindo?
- Não, papai! - o garoto respondeu sonolento e choroso.
- Olha, aqui esta o dinheiro que me pediu: Um real.
- Muito obrigado, papai! - disse o filho, levantando-se rapidamente e retirando mais dois reais de uma caixinha que estava sob a cama.
- Agora já completei, papai! Tenho três reais. Poderia me vender uma hora de seu tempo?
Essa história pode nos levar a muitas reflexões sobre a família. Também sobre a vida enfadonha que o sistema capitalista nos joga, visando somente os lucros e o interesse pelo dinheiro ao invés de aproveitar a convivência humana e fraterna.
Interessante notar que a criança da história não vê no dinheiro algo pura e simplesmente material, o que ela quer é o carinho e a atenção do pai, que lhe nega isso em vista da vida corrida e estressante do dia a dia.
Família não se faz com dinheiro. Família se faz com afeto, carinho, atenção, diálogo... Se faz com o tempo de convivência e com a vivência do tempo.
Quantas vezes nos deixamos enganar pensando que o trabalho, o dinheiro que ganhamos é mais importante do que o amor que as pessoas esperam receber de nós? Você tem tempo para a sua família, seus amigos e para a sua comunidade ou será que é preciso pagar por isso?
Pense e reflita.
(*) Sacerdote santareno e foi ordenado presbítero no dia 28 de dezembro de 2001. É membro da Academia de Letras e Artes de Santarém, como escritor e pesquisador da história da sua Diocese já tendo dois livros publicados e outros dois inéditos.
(*) Sacerdote santareno e foi ordenado presbítero no dia 28 de dezembro de 2001. É membro da Academia de Letras e Artes de Santarém, como escritor e pesquisador da história da sua Diocese já tendo dois livros publicados e outros dois inéditos.
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