domingo, 6 de novembro de 2011

Atenção Senhores Pais

Quem armou o confronto na USP foi o narcotráfico em associação com extremistas de esquerda

Reinaldo Azevedo (*)

A USP foi palco ontem de um confronto entre a Polícia Militar e um grupo de
estudantes, que supostamente tentavam impedir a prisão de três alunos flagrados com maconha. Escrevi dois posts a respeito. Como costuma acontecer nessas horas, os tolos, passando -se por libertários, pretendem discutir a descriminação da maconha. O debate não é esse. Todo mundo sabe o que penso e não vou abrir essa questão. Maconheiros aqui não se criam. Eu quero discutir coisa mais séria.

Estima-se em 400 o número de presentes à confusão — 0,4% do corpo discente da universidade. Embora aquelas pessoas possam ser próximas dos grupos de extrema esquerda que atuam por ali, asseguro que a maioria dessa minoria está sendo usada como massa de manobra de algo bem maior e mais perigoso do que imagina.

A confusão de ontem foi meticulosamente planejada por pessoas estranhas aos interesses da USP. Tenho mais detalhes dos acontecimentos do que imaginam alguns bobocas. Felizmente, há mais leitores deste blog na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) do que imaginam as Mafaldinhas e os Remelentos do extremismo do sucrilho com Toddynho. Ate não! Foram agentes provocadores que deram o “start” na operação.

A Universidade de São Paulo é uma cidade com mais de 100 mil habitantes, onde circula uma categoria, provam as pesquisas, que consome muito mais droga do que a média da população. O TRÁFICO NA USP É UMA ATIVIDADE MUITO RENTÁVEL. A PM no campus está atrapalhando os negócios. Acontece na universidade o que se dá no Morro do Alemão, no Rio. O narcotráfico está reagindo à presença da lei e estimula confrontos entre a polícia (naquele caso, Exército) e a população para que possam exercer o seu comércio sem ser molestados por ninguém. Como a universidade é uma espécie de “território livre”, o tráfico ali não servia apenas a consumidores locais; era um ponto de distribuição da mercadoria.

O narcotráfico dentro da USP e de boa parte das universidades brasileiras
pede, além do policiamento ostensivo, ações de Inteligência, com a infiltração de agentes da PM e da PF, NA FORMA DA LEI, para pegar os peixes graúdos e os dealers que atuam ali dentro. Vou lhes relatar a seqüência que muitos bananas que resolveram atacar ontem a PM ignoram.

1 - os mesmos rapazes que foram abordados à noite com maconha já tinham sido procurados à tarde pela polícia (tinham a chapa do carro como dica);
2 - nos dois casos, os policiais receberam uma denúncia;
3 - na segunda vez, o material foi encontrado. Feito o flagrante, Sandra Nitrine, diretora da Faculdade de História e professores do Departamento apareceram para negociar com a Polícia a não-prisão dos estudantes;
4 - as coisas caminhavam para um acordo — SANDRA SABE QUE FOI ASSIM COMO ESTOU DIZENDO —, e os professores decidiram voltar para seus postos;
5 - de súbito, NÃO HÁ UMA SÓ PESSOA HONESTA QUE POSSA NEGÁ-LO, vândalos, meliantes, bandidos disfarçados de estudantes, começaram a atacar as viaturas e os policiais, ferindo alguns deles;
6 - deu-se, então, o que alguns queriam, esperavam e haviam planejado: o confronto;
7 - do nada, informam, apareceu a tropa de choque sem farda para enfrentar os policiais, num conflito obviamente arquitetado;
8 - depois da batalha, houve então a decisão de ocupar a administração da FFLCH para exigir o fim da presença da PM no campus, que é o que quer o narcotráfico local e a extrema minoria da extrema esquerda.


Gente que circula por ali todos os dias e que conhece o que sobrou do movimento estudantil na USP acusa a presença de pessoas estranhas à universidade na manifestação — inclusive no comando da assembléia. O que se viu ontem à noite na universidade foi muito mais do que o confronto entre a PM e meia-dúzia de maconheiros e radicalóides. Não! Há tontos que estão sendo usados como massa de manobra de uma atividade comercial criminosa.

Sim, vocês entenderam direito. Há elementos de sobra sugerindo que o próprio
flagrante — uma obrigação da PM — servia aos propósitos de quem queria chegar ao atual status: administração da FFLCH ocupada, com a reivindicação de que a PM deixe o campus. Além, claro!, do pedido de renúncia do reitor…

Os traficantes querem o território “livre” ourtra vez; e a extrema esquerda
moribunda tenta fazer renascer “o movimento”.

Também já enfrentei a polícia Alguns bobalhões, que não sabem o que estão dizendo, resolveram me atacar…

Acusam-me de ser “fascista” porque relatei o óbvio: OS SOLDADOS DA PM FORAM AS VÍTIMAS. Também já enfrentei a polícia na USP e fora dela. Já participei de assembléia com helicópteros do Exército sobrevoando as cabeças dos presentes na Igreja do Bonfim, e m Santo André —1980 ou 1981… Tomei umas borrachadas invadindo o prédio do Crusp, exigindo moradia (para os outros…). Fui alvo de um agente do Deops no colégio, aos 16 anos, quando era ligado à Convergência Socialista, sendo devidamente fichado. Não conto essas coisas para justificar as minhas posições de agora, até porque me envergonho das invasões que ajudei a fazer. Só que eu vou contar um segredinho para esses paspalhos, em maiúsculas: “EU ESTAVA LUTANDO CONTRA A DITADURA; ELES ESTÃO LUTANDO CONTRA A DEMOCRACIA”.

Dilema ético
Encerro propondo um dilema ético aos maconheiros — um bestalhão me censurou, afirmando que eu deveria escrever “usuários de maconha”, uiuiui… —, que eles podem responder tão logo recobrem o juízo perfeito. Caso um policial perceba que três pessoas, num carro, estão prestes a ser assaltadas, suponho que os valentes defendam que es se policial cumpra a sua missão e faça alguma coisa, certo? Afinal, trata-se de evitar um crime — sim, evitar: nem foi cometido ainda. Sigamos. Esse mesmo policial deve ou não agir se souber que três pessoas fumam ou portam drogas dentro de um outro carro?

Existirá alguém que, dizendo “sim” ao primeiro caso tenha a enorme, a monumental, cara-de-p** de dizer “não” ao segundo? Qual é a proposta que esses valentes têm para a democracia? Os policiais devem atuar para coibir alguns crimes e para permitir outros? Essa minoria de estudantes acredita-se uma categoria especial, acima da lei, do regimento e da Constituição, infensa à ordem legal e às instituições? Quem lhes deu o “direito” de dizer quais leis podem e quais não podem ser aplicadas?

Jogo esses elementos na esperança de que possam refletir algum dia. De imediato, o que interessa é outra coisa. O confronto da USP foi planejado para tirar a PM do campus. Eu já chamava a USP de o “Morro da Ideologia Alemã”, numa homenagem a dinossauros e pterodáctilos marxistas que ainda há por lá, né, Marilena? Agora, como se nota, a turma barra-pesada quer mesmo é transformá-la no Morro do Alemão.

É BOM QUE OS ESTUDANTES DA USP SE MIREM UM POUCO NO EXEMPLO DA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA E COMECEM A RESISTIR. Ou aqueles 400 — com prováveis 300 idiotas que nem sabem direito onde estão se metendo — vão submeter à sua ditadura as 99.
600 pessoas que certamente aprovam a presença da PM no campus porque não gostam de bandido.

Senhores estudantes de verdade da USP, mobilizem-se contra o casamento perverso entre o narcotráfico e a extrema da extrema-esquerda. A coisa mais próxima disso que há no mundo são as Farc. Nao permitam a criação das FARC-USP!!!

PS - Bandidos deram para fazer ameaças. Estão sendo devidamente arquivadas para ser enviadas à polícia, o que começo a fazer nesta sexta. Não confiem na impunidade do anonimato. Nao se esqueçam: eu lutei contra a ditadura; vocês lutam contra a democracia!

PS2 - A orientação deste blog não mudou. Comentários favoráveis à descriminação das drogas não serão publicados.

(*) Jornalista é articulista da Revista Veja

Um comentário:

  1. Tenho uma filha na Universidade Estadual de Maringá. Não gostaria (e não admitiria) que ela participasse de movimentos como o da USP. Até agora imaginava que esses imbecis eram rebeldes sem causa... agora vejo o outro lado. Parabéns pela matéria.
    William - Tupã

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