Último jogo de Marcos pode já ter acontecido
Daniel Akstein Batista para o Jornal da Tarde/SP
Um dos maiores ídolos do Palmeiras deve encerrar a carreira sem jogar outra partida oficial. Com fortes dores no joelho direito, o goleiro Marcos já confidenciou a amigos que não tem mais condições de atuar. Seu último jogo foi em 18 de setembro, contra o Avaí, em Florianópolis.
Ele não foi relacionado para a partida contra o Bahia, amanhã (20), no estádio de Pituaçu, em Salvador. E como os dois últimos jogos são clássicos (São Paulo, dia 27, e Corinthians, dia 4), a comissão técnica acha arriscado colocar em campo um goleiro que está parado há tanto tempo.
Marcos deve se despedir dos gramados em um amistoso contra o Ajax, da Holanda, dia 14 de janeiro no Pacaembu.
Fora de campo
Ninguém no clube confirma oficialmente a aposentadoria de Marcos, cujo contrato termina em 31 de dezembro. Nem o próprio jogador. Mas ele já disse várias vezes que deveria abandonar a carreira no fim do ano, e só mudaria de pensamento caso o time conseguisse a classificação para a Copa Libertadores do ano que vem. Sem esse objetivo alcançado, São Marcos deve assumir uma outra função no clube.
Carlos Pracidelli, preparador de goleiros e amigo de longa data de Marcos, evita falar em aposentadoria. Mas admite que o goleiro não tem condições de atuar em grande estilo.
“Nosso pensamento é terminar o ano de maneira digna. Mesmo não jogando, ele é uma pessoa muito importante para o grupo. Nós fazemos de tudo para ele jogar, mas não depende da gente. Ele está sentindo fortes dores que o impossibilitam de disputar jogos.”
Felipão sempre ressaltou a importância de Marcos para o elenco, e deixou que Pracidelli montasse um programa especial para o goleiro este ano.
Dos 66 jogos do time na temporada, Marcos atuou apenas em 27. Fez sua primeira partida na quarta rodada do Campeonato Paulista, e disputou só três jogos na competição estadual.
Sem vaidade
Depois de nova lesão, retornou contra o Coritiba na Copa do Brasil, em junho, quando passou um de seus grandes vexames: levou seis gols. E começou o Brasileiro como titular, até não suportar as dores.
“Por ser o Marcos até poderíamos pensar diferente e colocá-lo nos clássicos. Mas mesmo sendo ele… O ideal é que ele viesse em ritmo de jogo”, opina Pracidelli. “Eu diria que à medida que passa o tempo a probabilidade de ele jogar fica menor.”
Pracidelli diz que o amigo deixa a vaidade de lado no momento e, mesmo não sendo o ideal, não se importa em largar a carreira sem um último jogo oficial.
“A preocupação do Marcos sempre foi não prejudicar o Palmeiras. Se ele não tiver condições, não vai fazer com que seu egoísmo atrapalhe o time.” O Verdão ainda corre pequeno risco de rebaixamento no Campeonato Brasileiro.
Felipão também deixa claro que dificilmente voltará a contar com o goleiro.
“Se ele falar que pode jogar, ele volta. Mas acho difícil. E se ele não consegue jogar agora, para o ano que vem é quase impossível.”
Um mito está saindo de cena.
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