Dia do Teste do Pezinho é comemorado pela primeira vez no Brasil
Pela primeira vez, o Brasil comemora nesta segunda-feira, 6, o Dia Nacional de Triagem Neonatal ou, do Teste do Pezinho, como é mais conhecido, por ser retirada amostra de sangue através de uma furadinha no pé do bebê. O exame, fornecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), é importante no diagnóstico rápido de doenças crônicas ou que possam causar deficiência mental.
O teste do pezinho pode diagnosticar problemas como hipotireoidismo congênito, fenilcetonúria ou doenças crônicas, como anemia falciforme, explica Inês Fontes, coordenadora do setor de Triagem Neonatal da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE). “Em caso de constatação de algumas dessas doenças, o tratamento rápido pode evitar seqüelas, como o retardo mental ou que a doença se agrave, no caso de anemia falciforme”, completa Inês.
O teste do pezinho pode ser feito gratuitamente na APAE ou nos postos de saúde municipais. Todas as amostras recolhidas são enviadas para a APAE, que é referência neste setor na Bahia. Além do diagnóstico das três doenças (fenilcetonúria, hipotireoidismo e anemia falciforme) estabelecidas pelo Governo Federal, na Bahia também é feito o exame de cromatografia de aminoácidos, capaz de diagnosticar outras deficiências no metabolismo de aminoácidos.
Na rede particular, o teste do pezinho com este complemento da cromatografia custa, em média, R$ 57,00. Mas, de acordo com Inês Fontes, não existe diferença nem no exame e nem na tecnologia aplicada.
O ideal é que o teste seja feito entre o terceiro e sétimo dia de vida da criança e que seja respeitado o prazo de 48 horas após a primeira mamada. “Mas o exame pode ser feito depois deste prazo, o importante é fazer, mas lembrando que quanto antes for detectado qualquer problema, mas eficaz será o tratamento”.
O teste é realizado através da coleta de gotinhas de sangue do calcanhar de recém-nascidos. O exame começou a ser feito na Bahia em 1992, mas o Programa de Triagem Neonatal só foi instituído pelo Ministério da Saúde em 2001.
TRATAMENTO -
Se o teste do pezinho detectar alguma doença, o exame é repetido e, caso dê positivo novamente, a criança é encaminhada para tratamento, que também é gratuito e feito na APAE. A hipotireoidismo, que é a falta do hormônio da tireóide, é tratada com reposição hormonal. Já quem tem fenilcetonúria, ou seja, dificuldade de metabolizar o aminoácido fenilalanina, precisa tomar um medicamento com uma fórmula especial em aminoácido e ter uma dieta especial.
“O paciente com fenilcetonúria tem garantido o fornecimento do medicamento e também é acompanhado por uma nutricionista, que irá indicar os alimentos que a pessoa não pode comer”, diz Inês.
FALCIFORME -
Já a anemia falciforme é uma doença hereditária e causa deformação nos glóbulos vermelhos do sangue. Esta doença é tratada com antibiótico, para evitar que a doença se agrave e afete os órgãos. “Os pais também são orientados para detectar sintomas de crises, como a febre. Essa doença não tem cura, mas se tratada cedo, é possível diminuir as seqüelas”.
De 2001 até 2007, a APAE registrou 49 casos de fenilcetonúria, 454 de hipotireoidismo e 1724 de anemia falciforme através do teste. “A incidência de anemia falciforme na Bahia é alta, um caso para cada 700 nascidos vivos. O estado é o segundo onde há maior incidência, por isso a atenção deve ser redobrada”.
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