terça-feira, 26 de outubro de 2010

Dois grandes rios, sete mil barcos e uma pocilga com nome de porto

Padre Edilberto Serna (*)

Santarém é secularmente o pólo sócio econômico, antes do Baixo Amazonas, hoje mais amplo, do Oeste do Pará. É um privilégio da natureza já compreendido pelos indígenas Tupaiús e seus antecessores. Um etnólogo que viveu e estudou as origens ancestrais desta região, levantou a hipótese de que Santarém teria sido capital de uma federação de povos da região. Hoje com uma população fixa beirando 300 mil pessoas, com quase completa instalação bancária, várias faculdades e universidades, um Hospital de média  complexidade, como explicar a vergonha de uma pocilga chamada porto da Praça Tiradentes?

Quem chega de barco vindo de Monte Alegre, se escandaliza na chegada à chamada Pérola do Tapajós. Até quem chega de Itaituba e passa pelos riscos de cair n?água , ou machucar o corpo no tal porto da praça Tiradentes denuncia o grave probelma.
E se orgulha de sua cidade pepita que tem um porto digno. Como explicar esse atraso de Santarém? Até cidades menores como Aveiro, Prainha,Óbidos, Fordlândia, possuem um porto mais digno do que a cidade da gente.

É verdade que se tem um outro porto em construção, há tanto tempo e não sesabe quando estará pronto.Foi criada uma Secretaria Municipal dos portos.Para quê? Quanto custa aos cofres do município manter a estrutura dessa inútil secretaria? Se o dinheiro gasto com salários, aluguel de casa,computadores, fosse empregado na construção do porto não é que já estaria concluído e funcionando?

Agora é anunciada uma força tarefa para aliviar o sofrimento de quem chega e sai pela pocilga da Praça Tiradentes. Vai fazer o quê esta equipe? Aquilo ali é uma tristeza, uma vergonha, sinal de incompetência e desprezo pelos passageiros que chegam e saem da cidade, que se orgulha de ter dois rios à sua frente, de ser a futura capital do novo Estado.Como explicar a cidade ter um bom porto para
turistas e uma pocilga para os passageiros da região?  Como explicar isso? 
Pode até ter explicação, mas justifica e nem convence a população, especialmente os e as que são obrigados a ocupar o tal porto da integração.

(*) Sacerdote e Diretor da Rádio Rural de Santarém 

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