quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

O PT tucanou a privataria

Blog do Trágico e Cômico para o Jornal da Tarde/SP

Já tem mais de 15 anos que o Brasil não consegue superar o tema (ou seria trauma?) das privatizações. Por todo esse tempo, petistas pintaram as privatizações como o grande mal desse país, enquanto tucanos as praticaram, lucraram com elas e depois se envergonharam delas. Em meio a tantos discursos, faltou a verdade: a privatização não é solução definitiva para nada, nem tampouco é o mal absoluto. Em alguns casos ela serve, porque presta serviços importantes à população (se forem bem fiscalizados e regulados pelo estado), como no setor de telecom e nos aeroportos. Em outros casos, não servem, porque são setores estratégicos, como foi o fatídico caso da Vale do Rio Doce. E tem os três setores em que a privatização não pode nem ser levada em consideração: saúde, educação e segurança. O real problema da questão é a forma como as privatizações foram feitas por aqui, com empresários agindo em conluio com autoridades do governo, mediante farta distribuição de propinas.

Antes, o argumento anti-privatização dos petistas era de que “não se pode entregar um bem público ao capital estrangeiro”. Agora, adequaram o discurso tentando mostrar que as suas privatizações são melhores do que a dos tucanos. Acontece que, bom ou ruim, esse modelo adotado pelo governo petista nos aeroportos é o mesmo adotado pelos tucanos nas estradas do estado de São Paulo, o que elevou enormemente os preços dos pedágios. E, querendo ou não, o governo está abraçando a iniciativa privada — seja via concessões, PPPs (parcerias público-privadas) ou o leilão com participação do BNDES e dos fundos de pensão. A concessão dos aeroportos aconteceu porque há um gargalo terrível no setor e o governo sabe que não conseguirá expandi-lo e modernizá-lo sozinho até a copa.

Enfim, com tudo isso, esperamos que 1) essa privatização dos aeroportos traga os benefícios desejados pela população; 2) que se encerre de uma vez por todas essa briga tola dos militantes anti e pró privatizações; e 3) que no futuro não apareçam novas denúncias em forma de livro, tipo um A Privataria Petista…

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