sábado, 12 de março de 2011

Literalmente mudam apenas as moscas

Alguém em sã consciência consegue acreditar que a nossa política tem salvação?
Imagina-se que na medida em que a mídia de forma geral vai delatando casos absurdos que ocorrem na política nacional, haja alguma modificação para que fatos não sejam repetidos, e que melhorias sejam objetivadas. Ledo engano. Senão vejamos:

Enquanto o jornal O Estado de São Paulo traz a tona que o INCRA (Instituto Nacional de Colonização Agrária) se tornou um feudo do PT haja vista que o partido detém controle de 26 superintendências das 30 regionais daquele órgão, a Revista Isto É traz na sua edição dessa semana um escândalo dentro do governo do estado do Pará uma vez que o governador Simão Jatene que se encontra no posto há apenas dois meses, nomeou nada menos que 450 novos assessores especiais, entre familiares de deputados aliados, de membros do Judiciário e de empresários amigos.

Nada mais justo que afirmar que literalmente mudam apenas as moscas, porque as ações são idênticas mudem o governo, mudem as bandeiras partidárias, mas a mesquinhez, a podridão enraizada na política nacional isso não muda. Ética é uma palavra que esse pessoal que assume o poder não sabe o que significa.

No caso do INCRA de há muito foi anunciado uma reforma na sua estrutura porem o governo federal não cumpre esse objetivo. Segundo o Estadão das 30 superintendências 26 estão nas mãos do PT. As quatro restantes estão com um técnico do próprio instituto, um representante da Confederação dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), um afilhado do PMDB e outro do PTB. Agora, já se sabe porque a reforma agrária está  pendurada no cabide.

Já o governo do Pará ao assumir em janeiro de 2011, o governador Simão Jatene (PSDB) enviou mensagem à Assembléia Legislativa alertando sobre um rombo nas contas do Estado e anunciou que iria enxugar a máquina demitindo mais de mil assessores da gestão anterior. Enfeite de bolo. Apenas isso.
O cúmulo do fisiologismo foi a entrega a Jatene de uma lista com a indicação de parentes de 12 desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado, que tem o poder de decidir sobre intervenção federal e pagamento de precatórios. A farra foi tanta que a OAB do Pará vai pedir ao Conselho Nacional de Justiça abertura de investigação sobre as nomeações do TJ. “Trata-se de um fato gravíssimo. Uma prática generalizada de nepotismo cruzado, uma troca de favores espúria”, afirma o presidente da OAB-PA, Jarbas Vasconcelos.

Pobre País cada dia mais pobre politicamente.

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