Edilberto Sena (*)
Vou lhe contar uma parábola, motivada pelo presente de um gabinete odontológico doado pela multinacional CARGILL à Colônia de pescadores Z-20 de Santarém.
Um dia, um gato resolveu brincar com um ingênuo ratinho, antes de comê-lo. Esperou quieto o rato sair da toca com fome. Ao sair meio desconfiado da toca o ingênuo ratinho foi cercado pelo bichano, que logo ficou à frente da toca. O ratinho ficou assustado, correu pra cá e pra lá, mas o bichano manhoso não atacou. Pelo contrário, com o rabo lançou um pedaço de queijo para junto do ratinho. Sentindo o cheiro do queijo, olhou pra o gato que estava calmo e sacodia lentamente o rabo, como se fosse um amigo do ingênuo bichinho. Parados os dois, um olhando desconfiado e outro olhando com tanta ternura, motivou o primeiro a morder o pedaço de queijo.
O ingênuo roía tranquilo o pedaço de queijo quando o gato malandro de repente, deu um salto e zap! abocanhou o ratinho que foi deglutido sem dó nem piedade, em poucos minutos. O bichano comeu o ratinho e foi tirar um sono tranqüilo em cima da janela.
Moral da estória, nunca um rato pode achar que um gato é seu amigo, pois este tem por instinto comer ratos. Só ingênuos acreditam que os grandes projetos trazem desenvolvimento aos povos da Amazônia. Eles são como gatos selvagens.
(*) Sacerdote e Diretor da Rádio Rural de Santarém (PA)
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