Edgar Flexa Ribeiro (*)
Estou passando o feriado na Flórida, onde assisti na TV à chegada do Air Force One, com o presidente Barack Obama a bordo. Espetáculo impressionante: ele vinha visitar uma escola secundária, pública, que tinha obtido grandes progressos a partir dos últimos cinco anos.
Para acompanhá-lo na visita, Obama, democrata, convidou o ex-governador da Flórida, Jeb Bush, republicano e seu adversário político.
Obama chegou à escola – seu discurso estava programado para um telão – e surpreendeu a todos entrando pela plateia, cumprimentando os alunos ali reunidos.
Subiu ao palco e fez um breve discurso, cercado pela direção da escola e por professores, ressaltando a importância daquilo que estavam fazendo – ensinando, estudando, dirigindo e orientando, todos trabalhando pelo país.
No palco, Obama elogiou entusiasticamente a melhoria no desempenho daquela determinada escola e falou sobre o óbvio: a importância da educação para cada um dos alunos ali presentes, para cada um dos alunos de todo o país, e para o país todo.
Agradeceu o empenho de professores e da direção pelo progresso. E formulou votos de que o exemplo frutificasse.
Entusiasticamente aplaudido, Obama saiu para visitar a escola: salas de aula, laboratórios, tudo.
rosto dos meninos e meninas era de intensa felicidade. Muitos, todos, negros e brancos, na mesma escola, na mesma sala, na mesma alegria.
Presidente e ex-governador encantados, professores e diretores nas nuvens. E isso passou para o país inteiro – se o presidente estava lá, como não prestar atenção?
Encerrada a visita, Obama pegou seu avião e voltou para Washington. Tinha feito tudo aquilo que julgava ser seu dever como presidente: visitar uma escola.
Minha geração se lembra muito bem da luta pelos direitos civis dos negros americanos. Foi preciso tempo e muita determinação para conquistá-los. Mas eles, os americanos, o fizeram.
Nós, brasileiros, ainda lutamos pelo direito de ter acesso ao saber – para todos, para cada um, com as mesmas oportunidades para todos e dentro das possibilidades de cada um.
Bem que presidentes, ministros, governadores e autoridades em geral poderiam ajudar, demonstrando igualmente que educação é coisa séria e dando o exemplo: respeitá-la e considerá-la – a ela e a quem nela trabalha.
As coisas iriam andar melhor, e mais depressa, se essa turma desse uma força...
Grande Obama!
(*) Educador, Radialista e Presidente da Associação Brasileira de Educação
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