Deu no blog do Josias - Folha de Sâo Paulo de hoje:
Edital prevê um ‘back-up’ para ‘imagens’ do Planalto
Chama-se Telemática Sistemas Inteligentes a empresa que provê à Presidência da República um circuito interno de imagens.
Foi contratada em 2004, ao custo de R$ 3,2 milhões. Em junho de 2005, o contrato recebeu um tônico de R$ 810,4 mil. Foi a R$ 4,1 milhões.
O edital que especifica os serviços prestados pela Telemática anota: as imagens do vaivém nos corredores do Planalto seriam guardadas em back-up.
Significa dizer que, uma vez apagadas, permanecem armazenas em arquivos suplementares, de segurança.
Deve-se a descoberta da novidade aos repórtes Amanda Costa e Milton Júnior. A dupla pendurou a notícia no sítio Contas Abertas.
A revelação faz boiar na atmosfera de Brasília uma incômoda interrogação. Por que diabos o Planalto diz que não dispõe das imagens da viistante Lina Vieira.
Ex-secretária da Receira, Lina diz ter conversado com a ministra Dilma Rousseff em dezembro do ano passado. O dia? Não se lembra.
Em resposta a um requerimento do DEM, o GSI (Gabinete de Segurança Institucional da Presidência) informara o seguinte:
Na sede do governo, o período médio de armazenamento das imagens do circuito interno varia "em torno de 30 dias".
Depois disso, as fitas seriam reutilizadas, apagando-se o passado. Dizia-se que tal procedimento constava das "especificações do contrato”. Lorota.
De fato, reza o contrato que as imagens devem ser armazenadas “por período não inferior a 30 dias”.
Mas, acrescenta o texto, os gravadores digitais do circuito interno do Planalto deveriam ser apoiados por um sistema de back-up.
E quanto aos registros da entrada de pessoas e veículos. Bem, para esses casos, o edital prevê armazenamento de seis meses. De novo, com back-up.
Lina disse e repetiu que, na conversa com Dilma, ouvira um pedido para “agilizar” a fiscalização da Receita em cima dos negócios do “filho do Sarney”, Fernando.
Dilma negou tudo: o encontro e o pedido. Fica agora no ar que, para escorar a versão da ministra, o GSI brinca de esconde-esconde.
Há, reconheça-se, uma alternativa: o gabinete chefiado pelo general Jorge Félix pode estar sendo sincero. Afastada a hipótese de má-fé, restaria apenas a incompetência.
Embora remunere uma empresa para lhe fornecer imagens também em banco de dados longevo, o Planalto, por inepto, abre mão do serviço.
Curioso, muito curioso, curiosíssimo. Imagine-se se, em vez de imagens, estivesse em jogo o fornecimento do áudio da conversa que ora ocorreu ora nunca houve.
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