quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Ambientalista não sabe plantar

"Ambientalista não sabe plantar", diz ministro da agricultura

O ministro Reinhold Stephanes (Agricultura) subiu ontem o tom das críticas contra ambientalistas "que não entendem de meio ambiente", artistas "que nunca saíram do Rio de Janeiro" e ONGs "financiadas pela indústria do petróleo".
As declarações foram feitas dois dias após a senadora e ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (AC) anunciar sua saída do PT para possivelmente disputar a Presidência da República pelo PV, em 2010. Para Stephanes, a maioria dos ambientalistas "não conhece a realidade" do setor agrícola. "Eles não sabem o que significa plantar arroz, soja e milho. Não têm noção e, se tivessem, não teriam cometido tantos erros na elaboração das leis. "
A ofensiva foi lançada em Cuiabá, durante o último dia d a Bienal dos Negócios da Agricultura, evento promovido pela Famato (Federação da Agricultura e Pecuária de MT) que discutiu o código florestal. O ministro defendeu mudanças na atual legislação, "construída ao longo das últimas décadas apenas por ambientalistas". Se as regras fossem integralmente cumpridas, disse ele, 70% do território brasileiro seria inviabilizado para atividades econômicas.
Para Stephanes, o Brasil é o país "mais ecológico do mundo", mas também o que "mais sofre pressões e críticas". "O etanol polui doze vezes menos do que a gasolina. Mas ninguém discute a extração de petróleo. As maiores ONGs que atuam no território nacional são pagas por empresas petrolíferas." Sem citar nomes, o ministro ainda fez referência a movimentos como o da Ong "Amazônia para Sempre", capitaneado pelos atores Christiane Torloni e Victor Fasano. "O fato de eu ser um artista de televisão, nunca ter saído do Rio de Janeiro e falar de meio ambiente não significa que eu entenda do assunto. " Stephanes negou que o acirramento das críticas tenha relação com a possível candidatura da ambientalista Marina. "Não estou fazendo crítica a ela ou a ninguém", disse. Uma das mesas colocou em lados opostos a senadora Kátia Abreu (DEM-TO), presidente da Confederação Nacional da Agricultura, e o governador Blairo Maggi (PR-MT). A senadora foi aplaudida ao defender mudanças. "Ninguém está pleiteando mais desmatamento". Já Maggi desagradou ao dizer que a prioridade é "consolidar a atual legislação".

Sem-terra
Sobre a decisão do presidente Lula de atualizar os índices agropecuários usados na desapropriação para a reforma agrária -promessa feita ao MST-, Stephanes disse à Folha, anteontem, que "compreende" as manifestações de ruralistas. "Uma agricultura que é, nos últimos dez anos, a que mais cresce em eficiência no mundo, não pode ser penalizada como improdutiva". O ministro tem sido pressionado para não assinar a portaria, mas afirma que seguirá a determinação de Lula. (Fonte: Agência Brasil)

Nenhum comentário:

Postar um comentário