domingo, 20 de outubro de 2013

O País da eterna pilantragem

SUS paga 201 consultas no mesmo dia para paciente 

Folha de São Paulo 

Em um único dia, um paciente "conseguiu ser atendido" 201 vezes em uma clínica de Água Branca, no Piauí. A proeza não parou por aí -o valor das duas centenas de consultas foi cobrado do SUS. O mesmo local cobrou tratamentos em nome de mortos. 

Casos assim explicam como, em cinco anos, cerca de R$ 502 milhões de recursos públicos do SUS foram aplicados irregularmente por prefeituras, governos e instituições públicas e particulares. 

Esse meio bilhão, agora cobrado de volta pelo Ministério da Saúde, refere-se a irregularidades identificadas em 1.339 auditorias feitas de 2008 a 2012 por equipes do Denasus (departamento nacional de auditorias do SUS) e analisadas uma a uma pela Folha. 

Um dos problemas mais frequentes são os desvios na aplicação de recursos -quando o dinheiro repassado a uma área específica da saúde é aplicado em outro setor, o que é irregular. 

Também há casos de equipamentos doados e não encontrados, cobranças indevidas, problemas em licitação e prestação de contas, suspeitas de fraudes e favorecimentos. 

Com o valor desviado, por exemplo, poderiam ser construídas 227 novas UPAs (unidades de pronto atendimento) ou, ainda, 1.228 novas UBS (unidades básicas de saúde). O orçamento do ministério em 2012 foi de R$ 91,7 bilhões. 

Para burlar as contas do SUS, gestores falsificam registros hospitalares ou inserem em seus cadastros profissionais "invisíveis". 

Em Nossa Senhora dos Remédios, também no Piauí, de 20 profissionais cadastrados nas equipes do Programa Saúde da Família, 15 nunca haviam dado expediente. 

Em Ibiaçá (RS), remédios do SUS foram cedidos a pacientes de planos de saúde. 
As íntegras desses e de outras centenas de auditorias estão disponíveis no site do Denasus. Mas, para ter acesso às fiscalizações, a Folha pediu dados ao governo federal via Lei de Acesso à Informação. 

A maior parte dos desvios foi constatada em auditorias cuja principal responsável pela gestão dos recursos era a prefeitura (73% do valor), seguido dos Estados (15%). O restante é dividido em clínicas particulares, instituições beneficentes e farmácias. 

Das 1.339 auditorias analisadas pela Folha, 113 têm o ressarcimento calculado em mais de R$ 1 milhão cada. 
Para o Ministério da Saúde, a soma das irregularidades das auditorias pode ser ainda maior, devido a novos relatórios complementares dos últimos meses. 

Nota do Blog: Um País de pilantras cercado por todos os lados. Os anos passam e a cada dia a coisa aumenta mais. Pode até existir a fiscalização, pode até existir o processo contra os autores de desvios pelo Brasil afora, porém, quantos realmente foram presos e estão cumprindo pena, ou ainda, quanto do dinheiro desviado foi devolvido e reaplicado como devido? Isso, se acontece, são ínfimos os casos e realmente a grana fica na maior parte em posse dos meliantes ou quando não com parentes próximos ou laranjas .... Em cinco anos R$ 500 milhões ou seja R$ 100 milhões por ano ... em algum bolso essa grana se encontra ... basta querer e ter vontade em descobrir e fazer retornar ... Pobre Brasil  de tantos apelidos ... País do Faz de Contas, País da Impunidade, País do Povo Palhaço e esse eterno do País de Pilantras ...   

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