terça-feira, 22 de outubro de 2013

Armigera confirmada em MT

Diário de Cuiabá 

Lagartas Helicoverpa encontrada em muitas lavouras de soja da safra 2013/14, em Mato Grosso, são da espécie armigera. A confirmação foi feita neste final de semana pelo coordenador da Comissão de Defesa Sanitária Vegetal (CDSV) do Ministério da Agricultura, em Mato Grosso, Wanderlei Dias Guerra. Experimentos em laboratório revelaram ainda que o ciclo de vida está mais curto e que sendo assim, em poucos dias, a situação poderá ser agravada em várias propriedades mato-grossenses. 

Como relata Dias Guerra, amostras foram recolhidas de inspeções realizadas entre os dias 3 e 4 deste mês, no noroeste do Estado. “As coletas de lagartas que fizemos em soqueira de algodão mal destruída, hoje a mesma área já está ocupada com a soja, empuparam no dia 7. A lagartas recolhidas estavam mesmo no último instar, pois no dia 19 nasceram as mariposas. Isto quer dizer que houve um ciclo mais curto que o esperado, apenas 12 dias de pupa”, alerta. Com esse ciclo de vida, Dias Guerras frisa que as mariposas estão voando, fazendo postura. Isto quer dizer que, naquela área de Sapezal onde se coletou as lagartas no início do mês, haverá, dentro de quatro dias {a contar do dia 19}, larvas de Helicoverpa armigera. “Pelas características das mariposas, não tenho dúvidas de que se trata da espécie armigera”. 

Durante as visitas técnicas que vem realizando desde o final de setembro, o coordenador vem deixando armadilhas em área que tiveram a presença confirmada de lagartas para capturá-las e assim entender melhor o ciclo nesta fase das lavouras, como também identificar a espécie. “Preciso ainda das leituras das armadilhas que deixamos em várias propriedades das regiões norte e oeste” para avaliar a situação atual do ponto de vista fitossanitário no Estado. 

VISITAS - 
Desde o início do mês, Dias Guerra vem chamando à atenção para a existência de muita planta guaxa – restos culturais de safras anteriores que estão se desenvolvendo de forma voluntária – que serve de abrigo e alimento para insetos e pragas. “Enquanto existirem essas plantas {guaxas de soja, milho, milheto e soqueiras de algodão mal destruídas}, as Helicoverpas estarão à espreita, protegidas na planta e fazendo dezenas de posturas. Imaginem a infestação quando a soja começar a germinar?”, indaga Dias Guerra. 

Como reforça, além das lagartas, existe muita postura e mariposas, o que desenha um cenário grave no curto prazo. “Hoje elas ainda não estão causando danos econômicos, no entanto, se escaparem ao controle, vão causar sérios prejuízos quando o estádio da planta for o da formação dos grãos. O monitoramento constante propiciou esta descoberta precoce e, certamente, os controles serão eficientes, pois o produtor está preparado para isso, mas precisa levar a sério esta ameaça”.

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