Agrodebate
O cenário não é animador e já preocupa os produtores rurais.
O caos logístico vivido neste segundo semestre de 2013 deverá vir mais cedo em 2014, logo na primeira parte do ano.
Segundo os especialistas, as evidências estão aí: começam por uma superprodução de milho recém-colhida, passam pelo início da nova safra recorde de soja, pela pressão futura na hora de escoar os grãos com destino às exportações e também em um transporte mais caro até os portos.
Em Mato Grosso, maior produtor brasileiro de grãos, o que se comercializa não é escoado na mesma velocidade.
O Imea, Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária, que é ligado ao setor rural, fez as contas e concluiu que 12 milhões de toneladas de milho foram comercializadas.
Ou seja, 55% de 22 milhões de toneladas produzidas.
Mas até 10 milhões de toneladas chegarão aos portos até o fim do ano.
Grande maioria do que foi negociado ainda permanece no Estado, pois o tempo na fila de espera para embarcar a produção também aumentou.
“Quem quiser vender milho em algumas regiões do Estado vai vender igual à soja, para março do ano que vem, porque todo o escalonamento dos navios está todo pronto até dezembro deste ano para algumas empresas e para outras até fevereiro do ano que vem”, diz o gestor do Imea, Daniel Latorraca.
“O ambiente externo de estrutura para chegar até o consumidor também não está preparado”, acrescenta Latorraca, em uma referência às condições das estradas e por onde passa a produção.
Mas como diz o especialista, outro fator preocupa: levando-se em conta a fatia vendida, mas não escoada, e mais a produção de milho ainda não negociada, Mato Grosso começa o mês de janeiro de 2014 com 12 milhões de toneladas de milho nos armazéns.
O problema é que uma nova safra de soja vem aí e estimada em 25 milhões de toneladas. Deste total, pelo menos 15 milhões de toneladas deverão ser exportadas no próximo ano, acentuando mais a competição pelo transporte.
“Falar em 12 milhões de toneladas de milho guardadas em armazéns já em janeiro é preocupante e o produtor precisa estar atento, pois isso pode inviabilizar a atividade. Mato Grosso pode parar de crescer”, alerta Carlos Fávaro, presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja-MT).
Ainda que otimista e mesmo que as vendas de milho acelerem em 2014, quando o mesmo agricultor der início à colheita da safra de 13/14 do cereal ele ainda terá ‘parado’ no Estado um volume de 6 milhões de toneladas de milho, ainda do ciclo 12/13, prospecta o Imea. “Isso vai somar com o cenário caótico para o escoamento da produção”, acrescenta o economista Daniel Latorraca.
Novo frete
Todo esse cenário, somado à condição das vias de transportes, o armazenamento, bem como a competição acentuada entre as culturas até os portos, vai pressionar o preço do frete, já anunciam os especialistas.
Em 2013 ele já chegou a custar, nos meses de pico, R$ 300 a tonelada na rota Sorriso ao Porto de Santos.
Em 2012, por outro lado, o mesmo trajeto foi de R$ 200 na época mais cara.
Como reforça o gestor do Imea, Daniel Latorraca, em 2014 já se fala em um patamar histórico, nunca visto no Estado.
“As causas vão mostrar as consequências. Com nossas produções de milho e soja eu não me assustaria em ver valores 10% a 20% maiores, podendo ganhar R$ 100 a mais por tonelada”, avalia Latorraca.
Capacidade esgotada
Com o milho em estoque e mais a produção de soja que chegará aos armazéns, a capacidade de armazenamento em Mato Grosso, atualmente de 29 milhões de toneladas, promete ser esgotada mais cedo.
Pela primeira vez no Estado o milho pode ser colocado a céu aberto já em janeiro de 2014, apontam os especialistas.
No médio norte, a produção de grãos somada vai ocupar 139% da capacidade de armazenagem.
No nordeste, seria preciso dobrar a capacidade em um ano.
“Não acredito em soja fora dos armazéns, já que é uma coisa de valor agregado”, contrapõe o presidente da Aprosoja-MT, Carlos Fávaro.
“Grandes gargalos são esperados para 2014 e sem fortalecer o mercado interno, por meio da atração de novas indústrias para processar essa safra de milho, o crescimento da produção de milho está posto em xeque”, finaliza Latorraca.
O cenário para 2014 foi traçado durante o Seminário Rentabilidade na Agricultura 2013/2014 Cuiabá, promovido pela Aprosoja-MT, reunindo lideranças rurais de todo o Estado.
O cenário não é animador e já preocupa os produtores rurais.
O caos logístico vivido neste segundo semestre de 2013 deverá vir mais cedo em 2014, logo na primeira parte do ano.
Segundo os especialistas, as evidências estão aí: começam por uma superprodução de milho recém-colhida, passam pelo início da nova safra recorde de soja, pela pressão futura na hora de escoar os grãos com destino às exportações e também em um transporte mais caro até os portos.
Em Mato Grosso, maior produtor brasileiro de grãos, o que se comercializa não é escoado na mesma velocidade.
O Imea, Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária, que é ligado ao setor rural, fez as contas e concluiu que 12 milhões de toneladas de milho foram comercializadas.
Ou seja, 55% de 22 milhões de toneladas produzidas.
Mas até 10 milhões de toneladas chegarão aos portos até o fim do ano.
Grande maioria do que foi negociado ainda permanece no Estado, pois o tempo na fila de espera para embarcar a produção também aumentou.
“Quem quiser vender milho em algumas regiões do Estado vai vender igual à soja, para março do ano que vem, porque todo o escalonamento dos navios está todo pronto até dezembro deste ano para algumas empresas e para outras até fevereiro do ano que vem”, diz o gestor do Imea, Daniel Latorraca.
“O ambiente externo de estrutura para chegar até o consumidor também não está preparado”, acrescenta Latorraca, em uma referência às condições das estradas e por onde passa a produção.
Mas como diz o especialista, outro fator preocupa: levando-se em conta a fatia vendida, mas não escoada, e mais a produção de milho ainda não negociada, Mato Grosso começa o mês de janeiro de 2014 com 12 milhões de toneladas de milho nos armazéns.
O problema é que uma nova safra de soja vem aí e estimada em 25 milhões de toneladas. Deste total, pelo menos 15 milhões de toneladas deverão ser exportadas no próximo ano, acentuando mais a competição pelo transporte.
“Falar em 12 milhões de toneladas de milho guardadas em armazéns já em janeiro é preocupante e o produtor precisa estar atento, pois isso pode inviabilizar a atividade. Mato Grosso pode parar de crescer”, alerta Carlos Fávaro, presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja-MT).
Ainda que otimista e mesmo que as vendas de milho acelerem em 2014, quando o mesmo agricultor der início à colheita da safra de 13/14 do cereal ele ainda terá ‘parado’ no Estado um volume de 6 milhões de toneladas de milho, ainda do ciclo 12/13, prospecta o Imea. “Isso vai somar com o cenário caótico para o escoamento da produção”, acrescenta o economista Daniel Latorraca.
Novo frete
Todo esse cenário, somado à condição das vias de transportes, o armazenamento, bem como a competição acentuada entre as culturas até os portos, vai pressionar o preço do frete, já anunciam os especialistas.
Em 2013 ele já chegou a custar, nos meses de pico, R$ 300 a tonelada na rota Sorriso ao Porto de Santos.
Em 2012, por outro lado, o mesmo trajeto foi de R$ 200 na época mais cara.
Como reforça o gestor do Imea, Daniel Latorraca, em 2014 já se fala em um patamar histórico, nunca visto no Estado.
“As causas vão mostrar as consequências. Com nossas produções de milho e soja eu não me assustaria em ver valores 10% a 20% maiores, podendo ganhar R$ 100 a mais por tonelada”, avalia Latorraca.
Capacidade esgotada
Com o milho em estoque e mais a produção de soja que chegará aos armazéns, a capacidade de armazenamento em Mato Grosso, atualmente de 29 milhões de toneladas, promete ser esgotada mais cedo.
Pela primeira vez no Estado o milho pode ser colocado a céu aberto já em janeiro de 2014, apontam os especialistas.
No médio norte, a produção de grãos somada vai ocupar 139% da capacidade de armazenagem.
No nordeste, seria preciso dobrar a capacidade em um ano.
“Não acredito em soja fora dos armazéns, já que é uma coisa de valor agregado”, contrapõe o presidente da Aprosoja-MT, Carlos Fávaro.
“Grandes gargalos são esperados para 2014 e sem fortalecer o mercado interno, por meio da atração de novas indústrias para processar essa safra de milho, o crescimento da produção de milho está posto em xeque”, finaliza Latorraca.
O cenário para 2014 foi traçado durante o Seminário Rentabilidade na Agricultura 2013/2014 Cuiabá, promovido pela Aprosoja-MT, reunindo lideranças rurais de todo o Estado.
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