Terceiro terminal do Aeroporto de Guarulhos deveria estar pronto em 1998
José Cruz (*)
A três anos da realização da Copa do Mundo confirma-se a previsão, amplamente debatida: o regime de urgência seria fartamente usado para evitar etapas importantes de obras com dinheiro público, como as licitações, o que se transforma na porta de entrada para o superfaturamento, a fraude.
Ontem, um dia depois de a presidente Dilma Rousseff ter afirmado, em entrevista ao Fantástico, que não haverá caos nos aeroportos nacionais e que tudo está em dia até 2014, a 6ª Vara Federal determinou a paralisação da construção do terceiro terminal do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. O pedido foi encaminhado pelo Ministério Público.
A obra começou em julho, sem licitação, sob o argumento de “urgência, devido à proximidade da Copa do Mundo 2013”.
Resposta da juíza, que concedeu a liminar:
“Está claro que a urgência alegada não é fato excepcional, e na se origina de caso fortuito, de uma situação de calamidade pública, nada disso. É uma necessidade pública já existente há anos, que só agora se visa atender com pressa, com urgência, alegando-se prejuízos à população, se não realizada a obra em 180 dias”.
Na verdade, o terceiro terminal deveria ter entrado em operação em 1998... há 13 anos, portanto.
Mas, problemas com a liberação da área atravessaram vários governos estaduais, com o PSDB desde 1995, até serem regularizados para, então, começarem as obras. Emergenciais...
(*) Jornalista e que cobre há mais de 20 anos os bastidores da política e economia do esporte, acompanhando a execução orçamentária do governo, a produção de leis e o uso de verbas estatais na área esportiva.
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