domingo, 13 de março de 2011

E a revolução continua...

Luiz Caversan (*)

Agora não tem mais volta.

No Oriente Médio, na escola, nas diretorias de comunicação das grandes empresas, aqui na esquina...

As redes sociais vieram pra ficar e, como diria o Velho Guerreiro Chacrinha (para os mais novos: um animador de auditório da TV que botou para quebrar durante mais de 30 anos) não para explicar, mas sim para confundir.

Confundir principalmente a cabeça de quem não entendeu ainda que o futuro está aqui na ponta dos dedos, que a alegria, a tristeza, a bronca ou a elegia do cidadão não têm mais, nunca mais, fronteiras.
Na semana passada tratei, aqui mesmo, da importância da internet e das mensagens via celular na derrubada de ditador Mubarak no Egito, rastilho de pólvora que agora incendeia a Líbia do facínora-cafona Kadafi e no Barhein, pipocando até no Irã. Vai pegar fogo, podem escrever.
Não dá mais pra censurar, não dá mais pra segurar.

Exemplo doméstico: um cidadão inconformado com a geladeira nova que não funcionava a contento, postou vídeo no Youtube e tuitou adoidado e obteve audiência de nada menos que 600 mil pessoas. Resultado: foi convidado pela diretoria da empresa para resolver seu problema, e resolveu, seu problema.

Quando isso seria possível sem o instrumental da nova era? O cara no máximo escreveria uma carta para um jornal (que seria publicada ou não) ou ficaria ligando dias e dias para o SAC e olha lá se conseguisse que mandassem um técnico para dar uma olhada no enguiço.
Não, agora é assim: você bota a boca no trombone sem sair de casa, a defesa do consumidor é automática, online e, voltando ao velho Chacrinha, quem não se comunica se trumbica.

As boas empresas de todos os ramos já acordaram para isso, sabem que seu consumidor pode ser um grande aliado, mas, maltratado, converte-se numa encrenca monumental.

E o poder público, então, que se cuide...

No campo comercial e da cidadania, as redes são um aliado definitivamente fundamental.
Portanto, para quem está do outro lado do balcão (empresas, governos, instituições), devem ser monitoradas e acompanhadas com carinho e profissionalismo full time, porque o diálogo, daqui para a frente, é permanente e rápido, muito rápido.

Afinal, estamos em plena revolução.

(*) Jornalista, produtor cultural e consultor na área de comunicação corporativa da Folha de São Paulo.

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