Pinhão Manso pode ser alternativa ao óleo de soja para biodiesel
Em sua busca por óleos vegetais alternativos utilizados para produzir biodiesel, cientistas brasileiros acham que identificaram um bom candidato para substituir o óleo de soja, que atualmente compreende 80% do óleo vegetal usado para fazer biodiesel.
Uma dessas alternativas em potencial é uma planta chamada “Pinhão Manso” (Jatropha curcas).
A planta é um arbusto semi-perene ou pequena árvore, que é nativo dos trópicos da América Central e do Sul.
As nozes contêm 27% a 40% em peso de óleo de qualidade muito alta e geralmente usado para produzir biodiesel. Pesquisadores do Instituto Agronômico de Campinas (IAC) no estado de São Paulo tem um plano de lançar uma nova variedade de pinhão manso em 2015 que seria adequado para produção em larga escala em todo o Brasil.
As variedades disponíveis hoje não foram além das usadas para a produção doméstica, mas isso está prestes a mudar.
Os cientistas querem modificar a planta de várias formas, incluindo a sua altura.
A altura natural da planta é de 5-6 metros, mas os pesquisadores planejam produzir uma variedade que não é mais que um metro e meio de altura para facilitar a colheita mecânica.
Outra característica à ser modificada é que todas as frutas devem tornar-se maduras ao mesmo tempo, também para facilitar a colheita mecânica.
Atualmente a planta e nozes são venenosas, mas os pesquisadores acham que será capaz de eliminar as toxinas da planta de modo que o resíduo que sobra depois que o óleo foi extraído possa ser usado para alimentação animal.
Eles também tentarão incorporar maior resistência contra pragas e doenças nessa nova variedade. Ao CenárioMT os investigadores disseram que estão tomando duas abordagens diferentes para atingir seu objetivo.
Uma abordagem é usar alguma variabilidade hereditária encontrada em variedades existentes da planta para desenvolver a nova variedade com mais características desejáveis.
A outra abordagem é identificar se as características desejáveis, tais como a tolerância ao frio ou a escassez de água já existentes em espécies selvagens da planta e, em seguida, as incorporar nessa nova variedade.
Nas áreas tropicais mais quentes da América Central e do Sul, as flores da planta dão frutos duas vezes por ano, mas no sul do Brasil, só uma vez.
Os pesquisadores acreditam que a planta pode ser cultivada por pequenos, médios ou grandes agricultores, mas apenas uma grande escala de produção poderia justificar a construção de uma usina de biodiesel.
Técnicas utilizadas para a produção de mamona também podem ser usadas para produzir pinhão manso. As nozes podem ser armazenadas por longos períodos de tempo sem qualquer deterioração do óleo e uma vez que ele não é comestível, e evitaria a questão: alimento X combustível, que é constantemente levantada com o etanol de milho e biodiesel à base de soja.
O debate “alimentosXcombustíveis” pode também manter outras alternativas potenciais, tais como óleo de palma, óleo de amendoim e óleo de semente de algodão, sempre que a produção alcançar larga escala.
O Pinhão Manso seria unicamente cultivado para produção de biodiesel.
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