O jornalista Daniel Piza (recentemente falecido de forma prematura aos 41 anos) refaz a viagem realizada por Euclides da Cunha (1866-1909) no ano de 1905 --quando foi designado para liderar a comitiva mista brasileiro-peruana de reconhecimento do Alto Purus-- e faz uma leitura comparativa da época com a realidade do local hoje. Além de realizar um detalhado levantamento daquele rio, Euclides também fez uma importante análise histórica, social e geográfica do extremo oeste da Amazônia.
Através de entrevistas e fotografias, o leitor tem a oportunidade de se aproximar um pouco mais da cultura e da realidade histórica de uma das regiões mais afastadas dos grandes centros do país. Interessados pelos dramas e diversidades da nação, problemas históricos que enfrentam e às vezes fingem não enfrentar, pelas questões da Amazônia e o dilema entre conhecê-la e explorá-la, além de uma aproximação com os habitantes que lá vivem, terão bastante material para reflexão. Leitores de longas reportagens, de narrativas de não-ficção e amantes de Euclides da Cunha, um dos maiores escritores do Brasil, também fazem parte do público alvo do livro.
O volume conta também com os ensaios amazônicos, compostos por três artigos escritos por Euclides da Cunha e publicados, no ano de 1904, pelo jornal "O Estado de S.Paulo". Neles ("Conflito Inevitável", "Contra os Caucheiros" e "Entre o Madeira e o Javari"), o escritor fundamenta a urgência e a importância da expedição à fronteira com o Peru. Tais textos foram escritos antes mesmo de Euclides ter a confirmação, por parte do barão do Rio Branco (então organizador das comissões demarcadoras dos limites brasileiros), de que seria membro integrante da comitiva que percorreria o Alto Purus. Euclides da Cunha não chegou a escrever um livro sobre a Amazônia, mas seus estudos, após os trabalhos da comissão de reconhecimento, formam um dos conjuntos mais expressivos sobre a região - pouco depois da morte do escritor, tais estudos foram reunidos no livro "À Margem
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