Aos 46 anos, recém completados (dezembro 2011), a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) entra 2012 tendo como um dos principais focos a questão da logística.
Segundo Rui Carlos Ottoni Prado, presidente da entidade que está à frente de 86 sindicatos rurais com mais de 25 mil produtores associados, Mato Grosso tem um potencial grande no agronegócio, mas prejudicado pelas deficiências no escoamento da produção.
“Temos 25 mil quilômetros de estradas estaduais, mas apenas 5 mil são asfaltadas, ou seja, somente 20%. As rodovias federais somam 7,5 mil quilômetros, no entanto, apenas 3,5 mil estão pavimentadas. E há ainda mais de 100 mil quilômetros das vias municipais sem asfalto. Não é possível continuarmos dessa forma, pois essa é reivindicação não é só do setor rural, mas de toda a população do Estado”, diz Prado.
Em relação a qualificação profissional rural, o representante da Famato avalia que é uma das grandes promessas para o futuro do agronegócio.
Isso porque há muitas pessoas com vontade de trabalhar, mas ainda falta qualificação necessária do ponto de vista técnico. “Nós, por meio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural estamos focados nesta questão que se tornou um gargalo. Dessa forma, para que mais pessoas possam ter esse conhecimento e oportunidades, contratamos mais educadores e esperamos que a mão de obra possa acompanhar o mesmo ritmo de desenvolvimento da nossa potencialidade agropecuária”.
Mesmo assim, o agronegócio é o principal setor econômico gerador de empregos diretos em Mato Grosso, com 23,38% de participação sobre o total de postos de trabalho existentes no Estado, com base em dados de 2010.
A informação faz parte de um estudo divulgado dia 25 de outubro, pelo Imea.
Em segundo lugar está o comércio, que responde por 22,89% dos empregos no Estado.
Os demais setores, são: serviços (22,25%), administração pública (19,93%), indústria de transformação (5,27%), construção civil (5,09%), serviços industriais de utilidade pública (0,77%) e extrativa mineral (0,42%).
A pesquisa, denominada “Análise do Mercado de Trabalho no Estado de Mato Grosso e Brasil”, foi elaborada com dados do Programa de Disseminação de Estatística do Trabalho (PDET), da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) e da Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), todos do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
O estudo mostra que o número de empregos formais gerados nas propriedades mato-grossenses cresceu 37,6% entre 2006 e 2010, passando de 64.170 para 88.300 pessoas contratadas no período. A participação do agronegócio no Estado se destaca até mesmo quando comparado às regiões do Brasil.
No Centro-Oeste, por exemplo, este setor representa apenas 12,1% dos empregos existentes na região.
No Sul e Sudeste a participação do agronegócio no mercado de trabalho equivale a 9,84% e 5,9%, respectivamente.
Nestas regiões, as vagas estão mais concentradas nos setores de comércio e serviços.
“Nós não temos mais apenas uma safra e uma safrinha, temos hoje praticamente duas safras por ano. A safra de milho ficou muito forte e a safra de algodão também. É em virtude desses trabalhos no campo, que tem aumentado o volume de contratações e também os patamares de remuneração aos trabalhadores rurais”, afirmou o presidente do Sistema Famato que é formado pela Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), que reúne os 86 sindicatos rurais do Estado, pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MT) e pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
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