O Globo
Exatamente um ano depois da tragédia que deixou 918 mortos e 8.900 desabrigados na Região Serrana do Rio, o estado ainda não conseguiu entregar nenhuma das cerca de 5 mil casas prometidas para as vítimas das chuvas. De acordo com a secretaria de Obras, as primeiras unidades só deverão ser concluídas a partir de março. Mas a grande maioria só ficará pronta em 2013. Vice-governador e coordenador de infraestrutura do estado, Luiz Fernando Pezão culpou a burocracia e a falta de interesse dos empresários pela demora:
— Ali você não tem uma área abundante, plana, segura para construções. Ou você está na encosta ou na beira do rio. Isso dificulta muito. Áreas para as quais conseguimos viabilizar o processo de desapropriação acabaram descartadas pelo Meio Ambiente. Então é difícil colocar estas pessoas de novo num lugar que não tenha problemas.
Aluguéis sociais não garantem solução
Para mitigar o problema, o governo prometeu pagar aluguel social a 7.372 famílias até o fim de 2012. No entanto, muitas das famílias beneficiadas voltaram para as casas interditadas pela Defesa Civil — por estarem em áreas de risco — após as chuvas de 12 de janeiro de 2011.
Outros permanecem em locais improvisados. É o caso das 35 pessoas que invadiram um canteiro de obras onde seria construído um hospital, em Sumidouro. Ou das famílias que permanecem, desde fevereiro de 2011, num ambulatório transformado em abrigo em Nova Friburgo.— Eu e meu marido estamos desempregados, e o aluguel social está ajudando no orçamento da família — alega a cozinheira Altineia da Silva dos Anjos, de 45 anos, que está com o marido e três filhos no abrigo.
Administrado pela prefeitura de Friburgo, o abrigo tem hoje oito famílias remanescentes da chuva de janeiro de 2011 instaladas em consultórios médicos transformados em quartos. São 36 pessoas, sendo 16 crianças e 12 adolescentes. O secretário municipal de Ação Social, Josué Ebenézer, diz que quatro delas recebem o aluguel social há alguns meses. E que as outras devem passar a receber o benefício este mês, um ano depois da tragédia. Ele disse ainda que a situação política da cidade, cujo prefeito foi temporariamente afastado em 2011, atrapalhou:
— Estou apenas há dois meses à frente da pasta. Desde então, temos tentado uma solução. Estamos empenhados em conseguir casas para essas famílias, mas é difícil. Elas preferem esperar pelas casas prometidas. Depois, o valor dos aluguéis subiu muito. E é difícil achar algo que caiba dentro dos R$ 500 do aluguel social.
O Secretário estadual de Ação Social e Direitos Humanos, Rodrigo Neves, diz que casos como esses são residuais e não comprometem o trabalho que foi feito pelo governo na Região Serrana. Ele afirma ainda que a secretaria supervisiona periodicamente os municípios para acompanhar as famílias que recebem o aluguel social. Mas Altineia, que permanece no abrigo de Nova Friburgo, diz que prefere esperar ali mesmo pela casa prometida.
Nota do Blog\: Um País sem seriedade e literalmente do faz de contas. Não é nenhum desses políticos pulhas bandidos que precisam de uma casa... Difícil acreditar que um dia teremos seriedade se nem nas tragédias essa classe de politicos desclassificados agem de forma comprometida.
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