A jornada da soja mato-grossense até chegar à China
No mês de agosto, uma comitiva da Aprosoja formada por mais de 30 pessoas esteve em intercâmbio na China.
O objetivo é se aproximar dos agentes que decidem a compra da soja e do milho mato-grossense e estreitar relações comerciais.
A rota Mato Grosso-China, no entanto, não é novidade para a soja estadual.
Hoje, a China é o maior parceiro comercial do Estado, e o principal comprador da soja mato-grossense.
Mas o caminho percorrido pelo grão das regiões produtoras até o mercado consumidor chinês é muito diferente do trajeto utilizado pelos representantes da Aprosoja.
A começar pelos modais de logística adotados.
A viagem feita pela Missão China foi 100% de avião. Já a soja utiliza rodovia, ferrovia e hidrovia para chegar aos chineses.
Uma carga de soja de Sorriso, município a 418 kmde Cuiabá, é transportada por rodovias até Alto Araguaia, onde está o terminal ferroviário da ALL, concessionária de capital privado.
Os 830 kmsão percorridos em um dia. O frete no trecho rodoviário sai hoje por R$ 100,00/tonelada transportada.
Do terminal ferroviário até o Porto de Santos (SP), são 1.401,08 km de distância. Para percorrê-los via trem, vão-se mais dois dias de viagem, a um custo de R$ 135,08 por tonelada escoada.
A partir de Santos, somam-se mais 11 dias para o processo de carregamento da carga. A viagem por mar de Santos até a cidade de Xangai totalizará 20.475,71 km, que serão concluídos num prazo de 30 dias e 9h. O preço aqui é de R$ 85,00/tonelada.
Em outras palavras: uma viagem que, por avião dura 22h, se transforma numa jornada de 44 dias e 9h, a um frete final de R$ 320,08/t.
Cada produtor de soja presente hoje na Missão China poderia ir e voltar à China 25 vezes até que uma carga de soja de sua propriedade percorresse sua rota até o Porto de Xangai.
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