Capitais se mobilizam para mutirão de limpeza neste sábado
Agência Brasil
Um grande mutirão de limpeza em parques e praças mobiliza neste sábado 15 capitais brasileiras em uma iniciativa para sensibilizar a população para a importância de se manter as metrópoles longe do lixo e de destinar corretamente os dejetos. A "faxina coletiva", que começou às 8h de hoje, faz parte do Dia Mundial da Limpeza (Clean up the World).
Em Brasília, funcionários de empresas de limpeza e frequentadores do parque Olhos D'Água, no Plano Piloto, na capital federal, participaram do movimento. Foram distribuídas cartilhas com orientações sobre como deve ser feito o descarte de pilhas, produtos de metal, plásticos e sobre as doenças provocadas pelo acúmulo de lixo.
Em três horas, os voluntários recolheram centenas de sacos com folhas, galhos, latas, plásticos e papel. O material orgânico será misturado a componentes químicos e transformado em adubo, que será reutilizado pela administração do parque na plantação de grama e árvores. A estimativa é produzir 300 sacos de adubo. Os organizadores estimam que aproximadamente 400 pessoas tenham passado pelo mutirão.
No Rio, a areia da orla de Copacabana recebeu o mutirão com cerca de 700 alunos, pais e coordenadores de escolas particulares da zona sul e de alunos do curso de formação de agentes ambientais da Comunidade do Borel, na Tijuca, zona norte da cidade.
Com o lema "Praia Não é Cinzeiro", as ações deste ano estiveram concentradas na retirada de restos de cigarro da areia, que os estudantes colocaram em sacos plásticos. "A guimba é um microlixo que intoxica milhares de animais da fauna marinha", comentou o secretário estadual do Ambiente no Rio, Carlos Minc.
No ano anterior, a campanha visou à retirada de sacos plásticos das praias, lagoas e dos rios. No total, foram recolhidos 600 milhões de unidades nas praias do Rio de Janeiro.
"A garotada dando o exemplo sempre é muito bom. Imagina ter um grandão jogando picolé, cigarro e plástico na areia [da praia] e vem a criançada e limpa. Então, ele se sente o próprio Sujismundo. É pelo exemplo que a gente quer mudar o comportamento da população", ressaltou Minc.
A estudante Carolina Dâmaso, 13, da Escola Nossa Senhora da Misericórdia, em Botafogo, se juntou ao grupo de limpeza e aprovou a iniciativa. "É uma forma de as pessoas se conscientizarem, porque no Rio as praias são sujas e as pessoas não pensam na limpeza, jogando tudo na areia".
Ela destacou que nos fins de semana algumas pessoas levam para a praia sacolas de casa para depositar o lixo. "Mas a maioria ainda não [têm esse hábito]", salientou.
A ação contou também com alunos do curso de formação de agentes ambientais do Morro do Borel, na Tijuca, zona norte. Para Ene Aparecida Modesto, 63, que faz parte do curso, a comunidade agora está mais organizada, deixando de jogar lixo nas ruas. Segundo ela, "a conscientização aumentou bastante", mas "a companhia de limpeza precisa colocar mais caçambas na comunidade para a coleta do lixo, porque os contêineres colocados na comunidade não dão vazão."
A população ainda não tem consciência dos danos provocados por objetos jogados nos rios, de acordo com o secretário Carlos Minc. Ele lembrou que, em uma limpeza feita nos rios Sarapuí e Iguaçu, na Baixada Fluminense, foram retirados 40 mil pneus de dentro d'água.
"As pessoas pensam que o rio é a lata de lixo, assim como o mar, como as lagoas. Tudo que você joga acaba voltando em cima de você, prejudicando a saúde, a alimentação. E nós temos um compromisso: esse oceano nos liga a outros continentes. Nós somos parte disso. Então vamos fazer a nossa parte. Praia não é lixeira, praia não é cinzeiro", destacou.
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