domingo, 24 de abril de 2011

Soja para chinesada

Apetite chinês por soja do Brasil deve dobrar até 2021

Presidente da maior empresa privada chinesa de beneficiamento calcula que importação chegue a 100 milhões de toneladas em 10 anos.
As relações comerciais entre Brasil e China estão no foco das atenções políticas dos dois governos e a aproximação com a potência asiática anima os sojicultores brasileiros.

A expectativa de aumento na exportação foi ressaltada durante a abertura do 6º Circuito Aprosoja, promovida na semana passada, em Cuiabá, pela Associação dos Produtores de Soja e Milho do Mato Grosso (Aprosoja) e pelo Senar-MT. De acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), em 2010, o Brasil exportou 19,06 milhões de toneladas de soja para a China.

O presidente executivo de investimentos da Hopefull & Holding Corp - maior empresa privada de beneficiamento de soja da China -, Lin Tan, argumentou que o aumento da renda possibilitou que a população chinesa consumisse mais carne.
Como a soja é a base da ração utilizada para alimentar os suínos e aves, a demanda asiática pela oleaginosa cresce constantemente.

Atualmente, a China importa 50 milhões de toneladas de soja, mas a estimativa, segundo Lin Tan, é duplicar esse volume até 2021.
Apesar das estimativas otimistas, Lin Tan afirmou que a elevação dos preços da soja pode reduzir a demanda por parte do gigante asiático.

Por outro lado, o empresário chinês disse não ver problema na lentidão da expansão agrícola brasileira, pois, segundo ele, a produção consegue sustentar a demanda. ''O problema é de infraestrutura industrial '', apontou. ''O foco dos investimentos chineses no Brasil é para melhorar a produção'', destacou Lin Tan.

Segundo ele, é improvável que chineses venham adquirir terras para produzir soja no Brasil. ''Não temos conhecimento necessário para gerir uma fazenda grande e moderna no Brasil'', observou. Lin afirmou que já esteve no Paraná, onde estudou o sistema de produção em lavouras de soja de alguns municípios como Londrina e Cascavel. Segundo ele, é difícil falar sobre expectativa de investimentos da China no Brasil, pois isso depende de ações governamentais e de instituições privadas.
''Existem empresas privadas com interesse de investir no Brasil, mas é difícil saber em qual lugar porque depende do interesse de cada empresa'', desconversou. Lin Tan informou que, no momento, sua empresa de processamento de soja não pretende instala r uma filial no 
Brasil, pois ainda é mais vantajoso importar o grão e processar na China.
''Se no futuro tivermos a ideia de criar uma processadora no Brasil será para exportar para outros países, e não para a China'', esclareceu.

O empresário lembrou que atualmente os principais investimentos chineses no Brasil são em infraestrutura, como logística, construção de rodovias e do trem bala que vai ligar as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, um projeto elaborado e financiado por chineses.

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