Bob Fernandes (*)
A lei aprovada pelo congresso e sancionada pela presidência, inicialmente em 2010, permite que a Fifa não pague inúmeros impostos na Copa. E não apenas a FIFA. Nenhum dos 14 patrocinadores estrangeiros pagará impostos (os patrocinadores locais são outros 8).
Em todas as Copas e em todos os países tem sido assim.
Outra entidade tem proporcionado a mesma condição para seus parceiros: o Comitê Olímpico Internacional (COI).
Governos e entidades de controle de países têm debatido as imposições de megaeventos como Copa e Olimpíada.
A Controladoria Geral da União (CGU) do Brasil tem participado desse debate.
Na Olimpíada de Londres, britânicos engoliram o mesmo tipo de exigências que irrita os brasileiros. E até mais. Prédios residenciais tinham baterias de mísseis nos telhados e Londres teve 17 mil soldados e seguranças. Os Jogos custaram, em reais, 29 bilhões.
Antes da Olimpíada, 53% da população inglesa era contra.
Para evitar engarrafamentos e a superlotação no metrô, boa parte dos londrinos trabalhou em casa durante os Jogos. Os ingleses engoliram tudo, menos a isenção de impostos.
E quem provocou a reação, além de entidades independentes, foi um site, o "38 degrees" . O nome da campanha, iniciada às vésperas da Olimpíada, foi:
"Patrocinadores olímpicos, paguem a sua parte".
No site, o nome de cada patrocinador, quanto faturava e como, mundo afora, habitualmente driblava impostos via paraísos fiscais.
Em poucos dias centenas de milhares de adesões à campanha.
Nas redes sociais, exposição das marcas multinacionais e a pressão da opinião pública: um a um os grandes patrocinadores abriram mão da isenção de impostos.
E comunicaram, também via redes sociais, que pagariam os impostos .
Há um ano, com a reação nas ruas do Brasil, o jornal inglês Guardian constatou:
- Os brasileiros tiveram coragem de dizer o que os britânicos não tiveram. Mas sem nada quebrar-daquela vez- os britânicos derrubaram na prática a isenção de impostos aprovada por governo e parlamento.
Faltam três semanas para o início da Copa do Mundo no Brasil.
PS: Desde o início da tarde desta segunda, 26, o escritório da FIFA no Rio de Janeiro foi contatado. Por telefone, por duas vezes inicialmente, às 14 hs 51 e às 15 e 20.
O terceiro contato telefônico se deu às 18 hs 16.
Por recomendação da própria assessoria, o primeiro de dois e-mails foi encaminhado às 15 hs 27. Até o início da manhã desta terça-feira, 27, Terra Magazine ainda não havia recebido resposta para a pergunta enviada.
(*) Foi redator-chefe de CartaCapital. Trabalhou em IstoÉ (BSB e EUA) e Veja. Repórter da Folha de S.Paulo e JB, fez "São Paulo, Brasil" no GNT/TV Cultura.
Comentarista da TVGazeta e Rádio Metrópole (BA) C
A lei aprovada pelo congresso e sancionada pela presidência, inicialmente em 2010, permite que a Fifa não pague inúmeros impostos na Copa. E não apenas a FIFA. Nenhum dos 14 patrocinadores estrangeiros pagará impostos (os patrocinadores locais são outros 8).
Em todas as Copas e em todos os países tem sido assim.
Outra entidade tem proporcionado a mesma condição para seus parceiros: o Comitê Olímpico Internacional (COI).
Governos e entidades de controle de países têm debatido as imposições de megaeventos como Copa e Olimpíada.
A Controladoria Geral da União (CGU) do Brasil tem participado desse debate.
Na Olimpíada de Londres, britânicos engoliram o mesmo tipo de exigências que irrita os brasileiros. E até mais. Prédios residenciais tinham baterias de mísseis nos telhados e Londres teve 17 mil soldados e seguranças. Os Jogos custaram, em reais, 29 bilhões.
Antes da Olimpíada, 53% da população inglesa era contra.
Para evitar engarrafamentos e a superlotação no metrô, boa parte dos londrinos trabalhou em casa durante os Jogos. Os ingleses engoliram tudo, menos a isenção de impostos.
E quem provocou a reação, além de entidades independentes, foi um site, o "38 degrees" . O nome da campanha, iniciada às vésperas da Olimpíada, foi:
"Patrocinadores olímpicos, paguem a sua parte".
No site, o nome de cada patrocinador, quanto faturava e como, mundo afora, habitualmente driblava impostos via paraísos fiscais.
Em poucos dias centenas de milhares de adesões à campanha.
Nas redes sociais, exposição das marcas multinacionais e a pressão da opinião pública: um a um os grandes patrocinadores abriram mão da isenção de impostos.
E comunicaram, também via redes sociais, que pagariam os impostos .
Há um ano, com a reação nas ruas do Brasil, o jornal inglês Guardian constatou:
- Os brasileiros tiveram coragem de dizer o que os britânicos não tiveram. Mas sem nada quebrar-daquela vez- os britânicos derrubaram na prática a isenção de impostos aprovada por governo e parlamento.
Faltam três semanas para o início da Copa do Mundo no Brasil.
PS: Desde o início da tarde desta segunda, 26, o escritório da FIFA no Rio de Janeiro foi contatado. Por telefone, por duas vezes inicialmente, às 14 hs 51 e às 15 e 20.
O terceiro contato telefônico se deu às 18 hs 16.
Por recomendação da própria assessoria, o primeiro de dois e-mails foi encaminhado às 15 hs 27. Até o início da manhã desta terça-feira, 27, Terra Magazine ainda não havia recebido resposta para a pergunta enviada.
(*) Foi redator-chefe de CartaCapital. Trabalhou em IstoÉ (BSB e EUA) e Veja. Repórter da Folha de S.Paulo e JB, fez "São Paulo, Brasil" no GNT/TV Cultura.
Comentarista da TVGazeta e Rádio Metrópole (BA) C
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