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O contrato para a reforma do Maracanã para a Copa do Mundo de 2014 recebeu no mês passado seu oitavo aditivo. Com isso, o valor comprometido pelo governo do Rio de Janeiro para adequar o estádio às exigências da Fifa chegou R$ 940,3 milhões. Isso é cerca de 30% a mais do que o informado na versão da Matriz de Responsabilidades do Mundial de janeiro de 2011.
Desse total, R$ 859,9 milhões serão gastos só com a reforma do estádio. O valor consta do oitavo aditivo do contrato firmado com o Consórcio Maracanã Rio 2014, assinado no dia 8 de novembro pelo secretário de Obras do Estado do Rio de Janeiro, Hudson Braga.
Esse contrato, porém, já recebeu duas correções monetárias: uma em maio deste ano e outra em agosto. Na primeira, o governo do Rio de Janeiro pagou mais R$ 7,5 milhões ao consórcio responsável pela obra e, na segunda, mais R$ 29,9 milhões.
Com os dois reajustes, a principal obra no Maracanã para a Copa do Mundo já custa mais de R$ 897 milhões. Os custos para a adequação do estádio para o Mundial, entretanto, não param por aí. Para conseguir os financiamentos necessários para pagar a reforma do estádio, o governo do Rio de Janeiro foi obrigado a contratar uma empresa de gerenciamento de obras. Essa empresa faz os relatórios que baseiam a liberação dos recursos dos empréstimos destinados à reforma.
Uma licitação independente para a contratação dessa gerenciadora foi feita. A empresa Sondotécnica Engenharia de Solos venceu a concorrência e firmou um contrato de R$ 23,5 milhões com o governo do Rio de Janeiro para fiscalizar a reforma do Maracanã.
Por fim, em novembro, o governo abriu uma nova licitação para contratar a execução de algumas obras necessárias no Maracanã e que não haviam sido incluídas no contrato da reforma principal. A concorrência pública ainda está em andamento. Ela vai definir a empresa que construirá as bilheterias e locais para as catracas do Maracanã, entre outras coisas. O governo do Rio de Janeiro já divulgou quanto pretende gastar com essa licitação-extra: R$ 19,5 milhões. Caso esse valor se confirme, o custo para fazer tudo que é necessário para que o Maracanã receba jogos da Copa chegará a R$ 940,3 milhões.
Esse valor é bem próximo a um custo vetado pelo TCU (Tribunal de Contas da União). No ano passado, o órgão auditou o projeto executivo da reforma do estádio e encontrou sobrepreços. Naquela oportunidade, o custo da obra no Maracanã estava estimado em R$ 957 milhões –R$ 17 milhões a mais do que o governo pretende gastar hoje no estádio.
O TCU, então, determinou a adequação do projeto e reduziu o custo da reforma em R$ 163,4 milhões. O orçamento do projeto foi reduzido para R$ 859,9 milhões, mas neste valor não estão incluídos os reajustes, as obras-extras e o contrato com a fiscalizadora independente.
Procurada para comentar o custo das obras no Maracanã, a Emop (Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro) informou que os reajustes pagos estão previstos em lei.
A Emop informou também que o contrato com a fiscalizadora da obra serve "para apoio técnico para o atendimento às demandas normalmente exigidas por eventuais contratos e financiamentos, tais como os do BNDES e da CAF [bancos que emprestaram dinheiro para a reforma do Maracanã]." Já sobre as obras-extras, o órgão informou que elas são "obras complementares" à reforma principal.
Ainda de acordo a Emop, apesar da contratação das obras-extras e da empresa fiscalizadora serem necessárias para a adequação do Maracanã para a Copa do Mundo, esses dois contratos não têm relação com a reforma do estádio.
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