Nuzman foge da responsabilidade por falta de resultados
José Cruz (*)
Deixo de lado as pavonices do presidente Carlos Nuzman, por ele mesmo exaltadas ao repórter Leslie Leitão, da Veja, para demonstrar como o dirigente não quer assumir responsabilidades, apesar de ser presidente do COB.
Disse Nuzman:
“Algumas confederações, como a do vôlei e a do judô, funcionam muito bem, com eficiência empresarial. Outras, infelizmente, não. Com isso, elas emperram suas modalidades. Um bom curso de gestão não faria mal a certos dirigentes que estão hoje no poder.”
Nuzman fala como se fôssemos ignorantes, mas escancara a real desordem de nossa estrutura esportiva, que ele integra com destaque.
Carlos Arthur Nuzman quer se eximir da inexistência de políticas esportivas e transferir culpas pela falta de resultados, apesar da fartura de verba que recebe das loterias federais.
O COB tem representatividade no Conselho Nacional de Esporte. Portanto, se em 11 anos não levou propostas para dar rumos a esta geringonça é omisso e irrresponsável.
Mais:
As confederações estão intimamente vinculadas ao COB, que lhes repassa
recursos da Lei Piva, depois de aprovar os respectivos projetos.
E são os presidentes das confederações que mantêm Nuzman no poder por duas décadas! E Nuzman também defende a perpetuação de seus cartolas em suas respectivas confederações. O intercâmbio de interesses é explícito!
Assim, diante dessa intimidade estrutural, prevista na Lei Pelé, por que o COB não promove “um bom curso de gestão” aos cartolas das confederações para reciclá-los, como sugere Nuzman?
Está claro que o presidente do COB, além de exaltar sua saberia ímpar…, o que, aliás, ficou muito feio para uma autoridade de seu nível, não assume responsabilidades pelo fracasso do plano esportivo que há anos desenvolve com os governos, de ontem e de hoje.
Fracassaram até aqui, governo e cartolas, pois o que não faltam são recursos para o alto rendimento. Mas Nuzman, “o bom”, se exime e acusa os cartolas de incompetentes.
Tenho informações de que numa determinada assembleia, Nuzman, irritadíssimo, deu um soco na mesa e gritou aos cartolas:
“Dou dinheiro a vocês e vocês não me dão resultados, medalhas”.
A turma ficou silenciosa e temerária! bah!
Sobre tudo isso é oportuna a recente manifestação do senador Cristovam Buarque, sobre a longevidade de nossos cartolas:
“O longo prazo dos dirigentes no mesmo cargo provoca o desprezo às bases. Cria o sentimento de que o dirigente é o dono, o proprietário do que dirige, acostuma-se aos erros e isso dificulta a luta contra a corrupção. Dirigente é uma função e não uma propriedade.”
(*) Jornalista e que cobre as áreas de política, economia e legislação do esporte. Participou da cobertura de eventos esportivos internacionais nos últimos 20 anos.
José Cruz (*)
Deixo de lado as pavonices do presidente Carlos Nuzman, por ele mesmo exaltadas ao repórter Leslie Leitão, da Veja, para demonstrar como o dirigente não quer assumir responsabilidades, apesar de ser presidente do COB.
Disse Nuzman:
“Algumas confederações, como a do vôlei e a do judô, funcionam muito bem, com eficiência empresarial. Outras, infelizmente, não. Com isso, elas emperram suas modalidades. Um bom curso de gestão não faria mal a certos dirigentes que estão hoje no poder.”
Nuzman fala como se fôssemos ignorantes, mas escancara a real desordem de nossa estrutura esportiva, que ele integra com destaque.
Carlos Arthur Nuzman quer se eximir da inexistência de políticas esportivas e transferir culpas pela falta de resultados, apesar da fartura de verba que recebe das loterias federais.
O COB tem representatividade no Conselho Nacional de Esporte. Portanto, se em 11 anos não levou propostas para dar rumos a esta geringonça é omisso e irrresponsável.
Mais:
As confederações estão intimamente vinculadas ao COB, que lhes repassa
recursos da Lei Piva, depois de aprovar os respectivos projetos.
E são os presidentes das confederações que mantêm Nuzman no poder por duas décadas! E Nuzman também defende a perpetuação de seus cartolas em suas respectivas confederações. O intercâmbio de interesses é explícito!
Assim, diante dessa intimidade estrutural, prevista na Lei Pelé, por que o COB não promove “um bom curso de gestão” aos cartolas das confederações para reciclá-los, como sugere Nuzman?
Está claro que o presidente do COB, além de exaltar sua saberia ímpar…, o que, aliás, ficou muito feio para uma autoridade de seu nível, não assume responsabilidades pelo fracasso do plano esportivo que há anos desenvolve com os governos, de ontem e de hoje.
Fracassaram até aqui, governo e cartolas, pois o que não faltam são recursos para o alto rendimento. Mas Nuzman, “o bom”, se exime e acusa os cartolas de incompetentes.
Tenho informações de que numa determinada assembleia, Nuzman, irritadíssimo, deu um soco na mesa e gritou aos cartolas:
“Dou dinheiro a vocês e vocês não me dão resultados, medalhas”.
A turma ficou silenciosa e temerária! bah!
Sobre tudo isso é oportuna a recente manifestação do senador Cristovam Buarque, sobre a longevidade de nossos cartolas:
“O longo prazo dos dirigentes no mesmo cargo provoca o desprezo às bases. Cria o sentimento de que o dirigente é o dono, o proprietário do que dirige, acostuma-se aos erros e isso dificulta a luta contra a corrupção. Dirigente é uma função e não uma propriedade.”
(*) Jornalista e que cobre as áreas de política, economia e legislação do esporte. Participou da cobertura de eventos esportivos internacionais nos últimos 20 anos.
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