domingo, 2 de dezembro de 2012

70% das turnês internacionais já passam por SP

Estadão 

Nos últimos cinco anos, as casas paulistanas de shows entraram de vez para o calendário internacional. Em 2007, apenas 30% das grandes turnês incluíam São Paulo no roteiro. Hoje, 70% das produções agendam a passagem de turnês pela cidade. É por isso que pop stars são cada vez mais comuns no cenário cultural paulistano - Madonna será a próxima, na terça-feira. 

1329911805.jpg (300×400)São Paulo fechará este ano com 257 grandes shows ou festivais de música. O cardápio está dividido entre oito palcos - incluindo Jockey Club, Anhembi e Credicard Hall - e tem artistas de grife mundial. ;

A lista é longa e eclética: vai de Bob Dylan, Foo Fighters, André Rieu, Kiss,Linkin Park a Jennifer Lopez, Demi Lovato e Andrea Bocelli (com apresentação agendada para este mês). 

Liquidação 
O boom paulistano ocorre em meio às discussões se o mercado brasileiro chegou ao seu limite de expansão. Ontem, o C2+Música mostrou que o encalhe de ingressos e o cancelamento de shows e até de festivais colocou o setor em alerta. Para os observadores da cena paulistana, porém, são "dores de crescimento". 

Com tantos eventos, um efeito colateral é entendido como natural por profissionais que atuam no setor: dificilmente todos os ingressos são vendidos. E, quando o espaço é grande, muitas vezes é preciso liquidar convites para não somar prejuízos. Boa parte dos espectadores, porém, tem uma outra explicação - os altos preços cobrados. 

No mês passado, quem comprava uma entrada para o show de Lady Gaga levava outra de graça. Ontem, ainda havia ingressos de sobra para os shows de Madonna na capital. 

Os "vazios" no público ficaram mais claros nas arenas para públicos maiores. "O Morumbi (que receberá a popstar) é para megashows", afirma o vice-presidente social do São Paulo Futebol Clube, Roberto Natel. O estádio tem capacidade para até 80 mil pessoas. 

Essa capacidade é que precisa ser analisada: na atual turnê, Madonna fez 89 shows em 28 países - 18 em cidades onde nunca esteve antes - e seu maior público foi de 72 mil pessoas, em Quebec, no Canadá. 

"No ano passado (quando um dos destaques do Morumbi foi a apresentação da banda U2), dois shows renderam a mesma receita de um Campeonato Paulista inteiro", diz Natel. O valor arrecadado com eventos musicais, no entanto, pode variar. Em 2011, o estádio recebeu dez shows. Neste ano, serão apenas cinco. E, em 2013, o local deve ficar com as portas fechadas para a reforma, prevista para durar mais de um ano e meio. 

Já para representantes da maior empresa de entretenimento da América Latina, a T4F, São Paulo virou polo de cultura e diversão. "Hoje, é o principal destino do Brasil para turnês internacionais e outros grandes eventos", comenta a superintendente Miriam Chaves. 

"As boas condições econômicas do País nos últimos anos, em conjunto com a crise na Europa, têm deixado nossos palcos muito atraentes financeiramente para astros da música internacional", analisa Toni Sando, presidente executivo do São Paulo Convention & Visitors Bureau (SPCVB), entidade que promove o turismo na capital paulista. 

Lotação 
Empresas e clubes que possuem espaços utilizados para esses eventos também surfam no bom momento. Casas tradicionais, como o HSBC Brasil e o Villa Country, lotam o ano todo com artistas nacionais.  

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