Bellini Tavares de Lima Neto (*)
Pergunta aos aficionados por futebol: alguém pode imaginar que exista um sujeito que, ano após ano, vá mudando de clube?
Sendo mais específico, num determinado ano, o camarada é são paulino doente, vai ao estádio, grita por seu clube, xinga os demais como fazem os torcedores em geral.
No ano seguinte, lá está ele nas arquibancadas e bem no meio da torcida organizada do Corinthians. Já no ano imediatamente seguinte, ele é flagrado vestindo uma vistosa camisa verde e se sacudindo no meio das organizadas alviverdes. Mal termina esse ano, já bem no começo do seguinte, o nosso homem enverga uma alva camisa do Santos e se mistura com a torcida praieira. Alguém imagina essa criatura?
Para não regionalizar, vai a pergunta aos cariocas: você conhece alguém que ontem era Flamengo, anteontem era Vasco, pouco antes era Fluminense e no próximo ano será Botafogo?
Pessoal do Rio Grande do Sul, vocês já viram um cidadão vestindo a jaqueta colorada depois de, bem no ano anterior, ter desfilado pela Rua da Praia com o uniforme gremista?
E aí, mineirada, pode um sujeito ter andado de azul cruzeirense e, bem na temporada seguinte sair por aí de alvinegro atleticano?
Nem preciso esperar a resposta.
Ninguém sequer imagina um sujeito assim.
Nem um camaleão seria capaz de realizar um feito dessa envergadura.
Com absoluta certeza e nenhuma margem de erro, garanto que esse cara não existe.
Mas, o que me dizem de um individuo que, durante anos a fio, foi parlamentar dedicado do governo da situação quando esse governo era exercido pelos militares que se sucediam por meio de um colégio eleitoral estranho que imitava grosseiramente uma democracia?
E quem pode me dizer alguma coisa sobre o fato de, quando esse governo já estava batendo pino e pronto para entregar a rapadura, tamanho o desgaste de 21 anos, o nosso sujeito, ligeiramente se bandear para o outro lado e acabar pegando uma carona no novo governo?
E o que me dizem de a conspiração da sorte fazer com que o indigitado se torne presidente da república? Em seguida, já no gozo das benesses presidenciais, o tal camarada bater boca grosseira com certo partido político que parecia ostentar todas as virtudes e recatos salvadores de uma república que parecia estar renascendo?
E, tempos depois, esse mesmo ilustre cavalheiro se tornar figura de destaque na chamada base aliada desse mesmo partido com quem lavou roupa suja aos montes?
Com exatamente essas características e trajetória não deveria existir ninguém, tanto quanto o nosso torcedor lá de cima.
Tolinhos! Existe, sim.
E, fazendo essa pergunta, u poderia correr o risco de receber, como resposta, um sonoro: “Esse cara sou eu”.
Mas, esse risco, eu não corro. Eh, eh, eh...
(*) Advogado, músico, compositor, avô, corintiano, e morador em São Bernardo do Campo (SP)
Pergunta aos aficionados por futebol: alguém pode imaginar que exista um sujeito que, ano após ano, vá mudando de clube?
Sendo mais específico, num determinado ano, o camarada é são paulino doente, vai ao estádio, grita por seu clube, xinga os demais como fazem os torcedores em geral.
No ano seguinte, lá está ele nas arquibancadas e bem no meio da torcida organizada do Corinthians. Já no ano imediatamente seguinte, ele é flagrado vestindo uma vistosa camisa verde e se sacudindo no meio das organizadas alviverdes. Mal termina esse ano, já bem no começo do seguinte, o nosso homem enverga uma alva camisa do Santos e se mistura com a torcida praieira. Alguém imagina essa criatura?
Para não regionalizar, vai a pergunta aos cariocas: você conhece alguém que ontem era Flamengo, anteontem era Vasco, pouco antes era Fluminense e no próximo ano será Botafogo?
Pessoal do Rio Grande do Sul, vocês já viram um cidadão vestindo a jaqueta colorada depois de, bem no ano anterior, ter desfilado pela Rua da Praia com o uniforme gremista?
E aí, mineirada, pode um sujeito ter andado de azul cruzeirense e, bem na temporada seguinte sair por aí de alvinegro atleticano?
Nem preciso esperar a resposta.
Ninguém sequer imagina um sujeito assim.
Nem um camaleão seria capaz de realizar um feito dessa envergadura.
Com absoluta certeza e nenhuma margem de erro, garanto que esse cara não existe.
Mas, o que me dizem de um individuo que, durante anos a fio, foi parlamentar dedicado do governo da situação quando esse governo era exercido pelos militares que se sucediam por meio de um colégio eleitoral estranho que imitava grosseiramente uma democracia?
E quem pode me dizer alguma coisa sobre o fato de, quando esse governo já estava batendo pino e pronto para entregar a rapadura, tamanho o desgaste de 21 anos, o nosso sujeito, ligeiramente se bandear para o outro lado e acabar pegando uma carona no novo governo?
E o que me dizem de a conspiração da sorte fazer com que o indigitado se torne presidente da república? Em seguida, já no gozo das benesses presidenciais, o tal camarada bater boca grosseira com certo partido político que parecia ostentar todas as virtudes e recatos salvadores de uma república que parecia estar renascendo?
E, tempos depois, esse mesmo ilustre cavalheiro se tornar figura de destaque na chamada base aliada desse mesmo partido com quem lavou roupa suja aos montes?
Com exatamente essas características e trajetória não deveria existir ninguém, tanto quanto o nosso torcedor lá de cima.
Tolinhos! Existe, sim.
E, fazendo essa pergunta, u poderia correr o risco de receber, como resposta, um sonoro: “Esse cara sou eu”.
Mas, esse risco, eu não corro. Eh, eh, eh...
(*) Advogado, músico, compositor, avô, corintiano, e morador em São Bernardo do Campo (SP)
Nenhum comentário:
Postar um comentário