MT pronto para comercializar ativos e passivos ambientais
Ação é uma resposta às pressões internacionais que questionam a forma de produção do Estado. Mato Grosso é o pioneiro no país na criação de uma Unidade de Bens e Serviços Ambientais (UBSA).
No dia 30 de julho, as duas federações de classes produtivas se uniram em prol da redução das emissões de gases de efeito estufa ao assinarem um termo de cooperação técnica que implantou a unidade.
A Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Sistema Fiemt), a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Sistema Famato) e o Instituto Ação Verde assumiram o comprimisso.
“Na unidade haverá uma plataf orma de negócios em que os ativos e passivos ambientais poderão ser comercializados, numa espécie de banco. Após ser realizado todo levantamento será possível verificar que temos mais ativos do que passivos”, destacou o presidente da Fiemt, Jandir José Milan.
De acordo com o presidente, a criação dessa plataforma de negócios aliando os setores indústria, agricultura e pecuária demonstra o interesse da classe produtiva do Estado em preservar a biodiversidade. De acordo com o presidente da Famato, Rui Prado, o Estado poderá vir a ser até um exportador desses créditos.
Ele explica “quando for mensurado o que temos de ativos e passivos ambientais, a balança demonstrará que temos mais crédito, além de neutralizar o nosso passivo. Com isso, poderemos exportar ativos ambientais”. A iniciativa foi elogiada pelo senador Gilberto Goellner, que faz parte da Comissão de Políticas Ambientais de Bens e Serviços do Senado Federal.
“Só temos que parabenizar a iniciativa das federações, que fazem hoje um projeto inédito no país e diferente de tudo que está em andamento”, avaliou.
Ainda conforme o senador, o que está sendo desenvolvido no Estado está alinhado com o que há de mais moderno no mundo.
Para que a plataforma comece a operar, será realizado um inventário de ativos e passivos ambientais e a metodologia utilizada será toda elaborada pelo instituto. Além disso, de acordo com Ricardo Arioli, o instituto atuará como entidade certificadora de projetos que irão compor a plataforma de negócios.
Prado destaca ainda que além de apontar que o Estado caminha para a economia de baixo carbono, a unidade está sendo lançada como resposta às pressões internacionais que questionam a forma de produção do Estado.
De acordo com o presidente da Comissão de Meio Ambiente da Famato e diretor executivo do Instituto Ação Verde, Ricardo Arioli, embora seja o maior produtor de soja, de milho de segunda safra, algodão e pecuária de corte, Mato Grosso ainda mantém preservada 64% de sua área de mata nativa.
Desse total, cerca de 60% estão nas mãos de produtores. “Precisamos mostrar a qualidade ambiental da produção agrícola e industrial de Mato Grosso”.
Entre os objetivos da UBSA estão o de prevenir prejuízos ambientais produzidos pela atividade humana, permitir que agricultores, indústrias e prestadores de serviços sejam competitivos e ainda contribuam para o meio ambiente, além de fixar valores para bens ambientais, como estoque e sequestro de carbono, ou produção e con servação de água.
Para isso, foram determinadas algumas etapas de execução.
A primeira delas trata da determinação de bens e serviços ambientais que podem ser remunerados e a identificação dos prestadores que devem receber os pagamentos.
Por exemplo, uma indústria que deseja neutralizar a emissão de gases poluentes poderá procurar um parceiro no setor agropecuário que tenha ativos para comercializar.
AÇÃO VERDE -
Um dos parceiros do projeto será o Instituto Ação Verde que deverá administrar a plataforma de negócio. “Iremos mostrar ao país que temos mais de 60% de Estado preservado e que este percentual corresponde a ativos ambientais.
Vamos poder mostrar para o mundo que, o que é produzido aqui no Estado, é politicamente correto”, destacou Arioli.
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