Renato Gomes Nery (*)
Os jornais noticiam que o Aeroporto Marechal Rondon possui o(s) pior(s) banheiro(s) de todos os aeroportos do Brasil. Tiveram a pachorra de levantar este curioso dado, entre tantos outros que desmerecem aquele terminal aéreo que transporta mais de 2.000.000 de passageiros por ano, colocando-se como o 2º aeroporto do Centro Oeste em número de passageiros.
Este fato faz lembrar uma estória contada por um antigo militar sob as origens do referido aeroporto. Disse ele que o Ex-presidente João Goulart possuía uma fazenda no Município de Rondonópolis de nome Três Marias. E que esporadicamente a Primeira Dama Maria Teresa Goulart vinha visitar esta fazenda. E numa destas viagens um de seus filhos passou mal e ela teve que pousar aqui em Cuiabá no aeroporto que na verdade deveria ser na época um campo de aviação. E o banheiro do aeroporto deveria está em idênticas condições que se encontra o(s) banheiro (s) hoje. Péssimo. Ao sair do banheiro ela lamentou as condições do aeroporto e principalmente do banheiro. E teria afirmado, aos populares que se encontravam presentes, que ela iria mandar construir um aeroporto decente para Cuiabá..
E por este extravagante acaso histórico teria sido construído o Aeroporto Maria Teresa Goulart inaugurado em 1.964. Este fato, com diversas nuances, é confirmado por diversas notícias em jornais locais na Internet e pelo site do aeroporto que atestam o seu início e construção naquele ano.
Com o golpe militar de março de 1.964, por contingência histórica e, sob o impacto do suposto bem que estava entrando e do pretenso mal que estava saindo, se trocou o nome do Aeroporto para o atual nome do insuspeito Marechal Rondon. Se tudo isto aconteceu, conforme relatamos acima, está na hora de se colocar a história no seu devido lugar e dar a César o que é de César. E de se fazer justiça a quem realmente fez por merecer, restabelecendo o nome do Aeroporto, sem desmerecer o nome do Marechal Rondon que paira insuspeito sobre a história do Brasil é já é nome de tanta coisa por este País afora, inclusive de um Estado da Federação. Se este aeroporto, construído na década de 60, está obsoleto foi ele durante muitos lustros fundamental para o desenvolvimento do Estado. Daí o mérito da pretensa mentora e fiadora de sua construção.
E a ex-primeira dama continua viva e o seu filho que passou mal também. A homenagem é maior e mais rica enquanto os homenageados são vivos. Talvez esteja na hora de fazer esta remissão histórica, até para que alguns ressentimentos históricos sejam de vez enterrados, restabelecendo um fato histórico, fazendo-se a devida justiça. Eis aqui uma bandeira que poderia ser de todos e, principalmente, os do partido do Ex-presidente.
É que as condições do (s) banheiro(s) atual (s) sejam, como no passado, um motivo insólito de transformação e possa produzir um aeroporto digno de atender o nosso povo e a todos que nos visitam. E que este episódio, assim como o similar do passado, seja o símbolo de um resgate da história que não está livre de ressentimentos, equívocos, inverdades e manipulações.
(*) Advogado em Cuiabá-MT. – E-mail – rgnery@terra.com.br
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