Edilberto Sena (*)
Destruíram a praia, soterraram o sítio arqueológico, expulsaram os times de futebol do saudoso campo da Vera Paz de bons torneios de futebol e para iludir o população da cidade, iniciaram a construção de um monstrengo, que até poderia servir para os poetas contemplarem o nascer o novo dia e meditarem à luz dos primeiros raios solares das manhãs de verão. Nem isso está sendo possível. E por que?
A obra está parada, embargada pelo Ministério Público Federal. Motivo do embargo foi que a passarela que foi iniciada e continuou sem o respeito ao sitio arqueológico. Neste caso, bem que o MPF está correto, pois tem por dever de ofício, zelar pelo patrimônio nacional. Não se sabe por que no entanto, pelo mesmo dever, não embargou obras da UFOPA, que também anda construindo prédios sobre áreas do sítio arqueológico.
Mas voltando ao estrangulamento da antiga área da vera paz. Aquela inacabada passarela, se pudesse teria que responder algumas indagações - Quem iniciou o financiamento da obra, prefeitura? Companhia Docas do Pará? Empresa privada? Por que a obra parou? Falta de recurso? embargos judiciais?
Mais outras indagações - A obra é para servir à comunidade do Laguinho e de Santarém? ou foi pensada para proteger os terrenos da CDP arrendados para a empresa Cargill?
E agora, com o embargo do MPF o que a prefeitura vai fazer, abandonar a obra? cumprir a lei? Só o tempo responderá a essas e outras indagações. Mas quem mais sai perdendo com essas obras precipitadas e interrompidas é a cidade e seus moradores. Continua atualizada a afirmação evangélica: ”Quem vai construir uma torre, sem calcular direito os recursos, a deixa inacabada e os possantes dirão - mas quem foi este construtor irresponsável que começou a obra e não concluiu?” Ah! Vera paz, teu luar que saudade pra gente trás!
(*) Sacerdote e Diretor da Rádio Rural de Santarém (PA)
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