segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

É difícil dar certo

Carlos Brickmann (*) 

1 – Alguns milhares de manifestantes do Movimento dos Trabalhadores sem Terra, MST, ocuparam na última quarta-feira a Praça dos Três Poderes, em Brasília. Ameaçaram invadir o Supremo Tribunal Federal e o Congresso; pouparam, sabe-se lá por que, o Palácio do Planalto. 

Entraram em confronto com a PM e feriram 30 soldados. 
Serão processados? Nada disso! 
Na quinta, a presidente Dilma fez questão de recebê-los em palácio, na companhia, claro, de seu ministro Gilberto Carvalho, e ainda ganhou um presente: uma cestinha de produtos agrícolas. 

2 – O jornal O Estado de S.Paulo teve acesso à sindicância do Itamaraty para “investigar a conduta” do diplomata Eduardo Sabóia, que libertou o asilado boliviano Roger Pinto Molina, confinado havia 15 meses na nossa Embaixada em La Paz, e o trouxe ao Brasil. 

As informações da sindicância são tão vergonhosas, tão inacreditáveis, que o Estado as confirmou com quatro fontes diferentes, antes de publicá-las: o Brasil articulou com o presidente boliviano Evo Morales e seus aliados do continente um jeitinho de tirar Roger Pinto da Embaixada e levá-lo num avião venezuelano para Caracas ou Nicarágua. 

O asilado se comprometeria a aceitar a retirada sem ser informado do local para onde iria. Como não é maluco, recusou a proposta indecente. 
E logo Chávez morreu, fazendo gorar o plano. 

3 – Voltando ao ministro Gilberto Carvalho: em 9 de dezembro último, prometeu processar o delegado Romeu Tuma Jr. pelo livro Assassinato de Reputações
Tuma Jr. prometeu provar as acusações. 
E até hoje o processo não saiu. 

É difícil dar certo – Petrobras 
A notícia acaba de ser divulgada pelo Ministério Público holandês: em depoimento oficial, um ex-funcionário da SBM Offshore, locadora de plataformas petrolíferas, disse que a empresa pagou US$ 139 milhões, entre 2005 e 2011, a intermediários e funcionários da Petrobras, para obter encomendas (hoje, segundo o jornal Valor, os contratos somam US$ 23 bilhões). 

A SBM é investigada não só na Holanda, mas também no Reino Unido e nos EUA, sempre por suborno. No período citado, o presidente da Petrobras era José Sérgio Gabrielli (2005 a 2012). Hoje, Gabrielli é secretário do Planejamento da Bahia, no Governo do petista Jaques Wagner. 

A Petrobras informou que não vai comentar o assunto 

(*) É jornalista e diretor do escritório Brickmann&Associados Comunicação, especializado em gerenciamento de crises.

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