Sete razões por que vamos sentir saudades de “A Grande Família”
Mauricio Stycer (*)
É muito raro, em qualquer país, um programa de televisão permanecer no ar por 14 temporadas. Recriação de uma série apresentada entre 1972 e 75, “A Grande Família” estreou em março de 2001 e foi exibida, regularmente, até setembro de 2014.
O último episódio, como se sabe, vai ao ar na próxima quinta-feira (11), na Globo.
Listo abaixo alguns motivos pelos quais o público vai sentir saudades do programa.
1. Alto nível:
Você pode ter gostado mais de uma determinada temporada ou de outra, ter um ou outro episódio favorito, mas é preciso reconhecer que raras séries conseguiram manter um padrão de qualidade tão alto ao longo do tempo como “A Grande Família”.
Mérito da equipe de roteiristas e diretores do programa, sempre ligado ao núcleo de Guel Arraes.
2. O melhor pai:
Nunca houve um chefe de família como Lineu Silva.
Marido amoroso, pai compreensivo, sogro paciente, funcionário exemplar, amigo para todas as horas, o personagem de Marco Nanini encarna todas as qualidades possíveis em um único homem. É óbvio que não existe na vida real, mas é por isso mesmo que vai deixar tanta saudade.
3. O pior genro:
Agostinho Carrara deixa incontáveis lições de como ser o picareta mais simpático do planeta. Criado com requintes por Pedro Cardoso, inventou todo o tipo de malandragem, invariavelmente para se dar mal e ser socorrido pela sempre presente Maria Isabel (Guta Stresser).
4. Galeria de tipos:
Vai ser difícil se esquecer de Tuco (Lúcio Mauro Filho), o filho mais novo e mais perdido de Lineu e Nenê (Marieta Severo). Ou de Beiçola (Marcos Oliveira), o dono da pastelaria do bairro. Ou de Mendonça (Tonico Pereira), o chefe da repartição onde Lineu trabalhou por anos e era chamado de Lineuzinho. Ou ainda do impagável Paulão (Evandro Mesquita), o mecânico semi-analfabeto, mas genial, que se associa a Agostinho.
5. Grande elenco:
É possível classificar o elenco de “A Grande Família” em três categorias apenas: atores excelentes, muito bons e bons. É impressionante a qualidade dos profissionais que atuaram no seriado ao longo do tempo, tanto entre os protagonistas, quanto entre os atores que fizeram papéis secundários. Correndo o risco de cometer injustiças, menciono os meus favoritos: Marco Nanini, Pedro Cardoso, Marieta Severo, Tonico Pereira e Marcos Oliveira.
6. Figurino:
O visual adotado por Agostinho ao longo dos anos é um bom motivo para se lembrar de “A Grande Família”. Figurinista desde a segunda temporada, Cao Albuquerque merece créditos pelas principais e marcantes escolhas
7. Música: Criada pela dupla Tom e Dito para a primeira versão do seriado, a canção de abertura sobreviveu muito bem ao tempo, com uma letra cheia de humor e malícia. Dudu Nobre cantou do início ao fim da 12ª temporada . Na penúltima, Ivete Sangalo interpretou a música e no último ano a tarefa coube a Zeca Pagodinho. “Pirraça pai, pirraça mãe, pirraça filha… Eu também sou da família, eu também quero pirraçar”.
Adendo : Muitos leitores notaram – e reclamaram – a ausência de menção a Rogério Cardoso (1937-2003), o excelente ator e comediante, que interpretou Floriano (Seu Flor) nas primeiras temporadas. Falha minha. Fica aqui este registro adicional
(*) Jornalista é repórter e crítico da UOL
Mauricio Stycer (*)
É muito raro, em qualquer país, um programa de televisão permanecer no ar por 14 temporadas. Recriação de uma série apresentada entre 1972 e 75, “A Grande Família” estreou em março de 2001 e foi exibida, regularmente, até setembro de 2014.
O último episódio, como se sabe, vai ao ar na próxima quinta-feira (11), na Globo.
Listo abaixo alguns motivos pelos quais o público vai sentir saudades do programa.
1. Alto nível:
Você pode ter gostado mais de uma determinada temporada ou de outra, ter um ou outro episódio favorito, mas é preciso reconhecer que raras séries conseguiram manter um padrão de qualidade tão alto ao longo do tempo como “A Grande Família”.
Mérito da equipe de roteiristas e diretores do programa, sempre ligado ao núcleo de Guel Arraes.
2. O melhor pai:
Nunca houve um chefe de família como Lineu Silva.
Marido amoroso, pai compreensivo, sogro paciente, funcionário exemplar, amigo para todas as horas, o personagem de Marco Nanini encarna todas as qualidades possíveis em um único homem. É óbvio que não existe na vida real, mas é por isso mesmo que vai deixar tanta saudade.
3. O pior genro:
Agostinho Carrara deixa incontáveis lições de como ser o picareta mais simpático do planeta. Criado com requintes por Pedro Cardoso, inventou todo o tipo de malandragem, invariavelmente para se dar mal e ser socorrido pela sempre presente Maria Isabel (Guta Stresser).
4. Galeria de tipos:
Vai ser difícil se esquecer de Tuco (Lúcio Mauro Filho), o filho mais novo e mais perdido de Lineu e Nenê (Marieta Severo). Ou de Beiçola (Marcos Oliveira), o dono da pastelaria do bairro. Ou de Mendonça (Tonico Pereira), o chefe da repartição onde Lineu trabalhou por anos e era chamado de Lineuzinho. Ou ainda do impagável Paulão (Evandro Mesquita), o mecânico semi-analfabeto, mas genial, que se associa a Agostinho.
5. Grande elenco:
É possível classificar o elenco de “A Grande Família” em três categorias apenas: atores excelentes, muito bons e bons. É impressionante a qualidade dos profissionais que atuaram no seriado ao longo do tempo, tanto entre os protagonistas, quanto entre os atores que fizeram papéis secundários. Correndo o risco de cometer injustiças, menciono os meus favoritos: Marco Nanini, Pedro Cardoso, Marieta Severo, Tonico Pereira e Marcos Oliveira.
6. Figurino:
O visual adotado por Agostinho ao longo dos anos é um bom motivo para se lembrar de “A Grande Família”. Figurinista desde a segunda temporada, Cao Albuquerque merece créditos pelas principais e marcantes escolhas
7. Música: Criada pela dupla Tom e Dito para a primeira versão do seriado, a canção de abertura sobreviveu muito bem ao tempo, com uma letra cheia de humor e malícia. Dudu Nobre cantou do início ao fim da 12ª temporada . Na penúltima, Ivete Sangalo interpretou a música e no último ano a tarefa coube a Zeca Pagodinho. “Pirraça pai, pirraça mãe, pirraça filha… Eu também sou da família, eu também quero pirraçar”.
Adendo : Muitos leitores notaram – e reclamaram – a ausência de menção a Rogério Cardoso (1937-2003), o excelente ator e comediante, que interpretou Floriano (Seu Flor) nas primeiras temporadas. Falha minha. Fica aqui este registro adicional
(*) Jornalista é repórter e crítico da UOL
Uma pena . Um dos poucos que ainda se pode assistir com a família . Um humor limpo e sem apelações. Uma pena que esse tipo de humor esteja acabando
ResponderExcluirA TV aberta ficou mais pobre
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