Fale por si, presidente. Não nos exponha ao ridículo
Percival Puggina (*)
Leio no site de O Globo de hoje, 23 de setembro de 2014:
NOVA YORK — A presidente Dilma Rousseff condenou os ataques aéreos na Síria pela coalizão liderada pelos Estados Unidos, iniciados na noite de segunda-feira para desmantelar a organização terrorista Estado Islâmico (EI) e combater células da rede Al-Qaeda. Para Dilma, o Brasil repudia agressões militares, porque elas podem colher resultados imediatos, mas trazem consequências deletérias para países e regiões no médio e longo prazos. A presidente citou Iraque, Líbia e Faixa de Gaza como exemplos recentes da falta de eficácia deste tipo de política.
O Globo transcreve a fala presidencial:
— Lamento enormemente isso (ataques aéreos na Síria contra o EI). O Brasil sempre vai acreditar que a melhor forma é o diálogo, o acordo e a intermediação da ONU. Eu não acho que nós podemos deixar de considerar uma questão. Nos últimos tempos, todos os últimos conflitos que se armaram tiveram uma consequência. Perda de vidas humanas dos dois lados, agressões sem sustentação aparentemente podem dar ganhos imediatos, mas depois causam prejuízos e turbulências. É o caso do Iraque, está lá provadinho. Na Líbia, a consequência no Sahel. A mesma coisa na Faixa de Gaza.
Se a presidente dissesse isso conversando com seus próprios botões, durante um chá da tarde com a família em Porto Alegre, já seria um disparate. Afirmá-lo perante a comunidade internacional reunida em Nova Iorque, durante um evento de grande repercussão como a Cúpula de Mudança Climática da ONU, é um caso de internação.
Mais grave ainda se torna o quadro clínico quando se sabe que a presidente não esboçou o menor muxoxo, nem fez tisc, tisc tisc perante o genocídio que o Estado Islâmico vem praticando nas regiões ocupadas. Nossa lamentável presidente não lamentou a degola de qualquer dos jornalistas executados friamente pela jihad em curso.
Nossa credibilíssima presidente, que diz crer na diplomacia contra esse tipo de terrorismo religioso, está envergonhando o Itamaraty. Ela dá continuidade, aliás, às posições políticas que vêm dos dois governos de Lula, quando as relações internacionais do Brasil foram conduzidas como se o país fosse um diretório de estudantes controlado pela esquerda .
É preciso fazer saber ao mundo que, especialmente questões internacionais, nosso governo representa o que há de mais retrógrado no seu partido.
E não ao Brasil.
Tais não são as opiniões da nação brasileira.
Fale por si e pelo PT, presidente. Não nos exponha ao ridículo dessa maneira.
(*) Arquiteto, empresário, escritor é membro da Academia Rio-Grandense de Letras. É titular do site www.puggina.org, e também é colunista do jornal Zero Hora
Percival Puggina (*)
Leio no site de O Globo de hoje, 23 de setembro de 2014:
NOVA YORK — A presidente Dilma Rousseff condenou os ataques aéreos na Síria pela coalizão liderada pelos Estados Unidos, iniciados na noite de segunda-feira para desmantelar a organização terrorista Estado Islâmico (EI) e combater células da rede Al-Qaeda. Para Dilma, o Brasil repudia agressões militares, porque elas podem colher resultados imediatos, mas trazem consequências deletérias para países e regiões no médio e longo prazos. A presidente citou Iraque, Líbia e Faixa de Gaza como exemplos recentes da falta de eficácia deste tipo de política.
O Globo transcreve a fala presidencial:
— Lamento enormemente isso (ataques aéreos na Síria contra o EI). O Brasil sempre vai acreditar que a melhor forma é o diálogo, o acordo e a intermediação da ONU. Eu não acho que nós podemos deixar de considerar uma questão. Nos últimos tempos, todos os últimos conflitos que se armaram tiveram uma consequência. Perda de vidas humanas dos dois lados, agressões sem sustentação aparentemente podem dar ganhos imediatos, mas depois causam prejuízos e turbulências. É o caso do Iraque, está lá provadinho. Na Líbia, a consequência no Sahel. A mesma coisa na Faixa de Gaza.
Se a presidente dissesse isso conversando com seus próprios botões, durante um chá da tarde com a família em Porto Alegre, já seria um disparate. Afirmá-lo perante a comunidade internacional reunida em Nova Iorque, durante um evento de grande repercussão como a Cúpula de Mudança Climática da ONU, é um caso de internação.
Mais grave ainda se torna o quadro clínico quando se sabe que a presidente não esboçou o menor muxoxo, nem fez tisc, tisc tisc perante o genocídio que o Estado Islâmico vem praticando nas regiões ocupadas. Nossa lamentável presidente não lamentou a degola de qualquer dos jornalistas executados friamente pela jihad em curso.
Nossa credibilíssima presidente, que diz crer na diplomacia contra esse tipo de terrorismo religioso, está envergonhando o Itamaraty. Ela dá continuidade, aliás, às posições políticas que vêm dos dois governos de Lula, quando as relações internacionais do Brasil foram conduzidas como se o país fosse um diretório de estudantes controlado pela esquerda .
É preciso fazer saber ao mundo que, especialmente questões internacionais, nosso governo representa o que há de mais retrógrado no seu partido.
E não ao Brasil.
Tais não são as opiniões da nação brasileira.
Fale por si e pelo PT, presidente. Não nos exponha ao ridículo dessa maneira.
(*) Arquiteto, empresário, escritor é membro da Academia Rio-Grandense de Letras. É titular do site www.puggina.org, e também é colunista do jornal Zero Hora
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