sábado, 20 de setembro de 2014

A vergonha de Emerson Sheik

Paulo Calçade (*) 

Vai ser divertido acompanhar como o STJD conduzirá o caso de Emerson Sheik. 
O jogador usou uma câmara da transmissão da TV para atacar a CBF. 
Afirmou com todas as letras que a instituição é uma vergonha. Não vou discutir aqui os lances que originaram a expulsão, tampouco o histórico de Sheik no tribunal.
Santo ele não é. 

A questão, agora, é como o STJD vai proceder diante da ofensa do jogador à instituição que deveria administrar o futebol brasileiro, mas não o faz. É proibido xingar a CBF, é proibido contestá-la. 

Seus erros nunca aparecem no tribunal. 

Não aparecem quando ela erra no registro de jogadores, por exemplo. 
Não aparecem quando convoca jogadores e prejudica os clubes por não respeitar a Fifa, por exemplo. Não aparecem quando avaliza o calendário criminoso, por exemplo. 
Não aparecem quando permite que as partidas de seus torneios sejam disputadas em gramados precários. Não aparecem quando escala árbitros incapazes para a função, por exemplo. Não aparecem quando faz vista grossa para a delicada situação financeira dos clubes, por exemplo. 

Nunca aparecem, tudo é permitido. Mas Emerson pode ser enquadrado no artigo 258 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, por conduta contrária à ética desportiva. 
O jogador feriu a ética por dizer o que muita gente pensa e sente. 
Já a CBF, que faz o que faz, não fere nada. 

Esse sistema é uma vergonha. 

(*) É jornalista esportivo . Comentarista esportivo da ESPN Brasil e da Rádio Estadão ESPN,

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