sábado, 5 de fevereiro de 2011

Blog também tem poesia

Estarei sempre de partida
Jorge Reigada

Porque devo parar no tempo, na vida
Porque deixar de continuar um ser andante
E me estagnar largando o rio errante
Se meu destino final é o mar da despedida?

Portanto, eu quero e estarei sempre de partida
Neste eterno caminho de ida que é a vida.
Que já me deu uma enorme caixa de recordações
Onde guardei frustrações, realizações, paixões...

Futuro? Não sei! Uma folha em aberto
Só tenho de certo o instante. Eu sou um mutante.
Vivo na alegria da surpresa, ideal descoberto
Depois que o medo me petrificou no instante.

Vivas ao novo... Rompi esta casca do ovo
Que não me protegia apenas me tolhia, cegava.
A vida passando enquanto eu esperava
E aguardava o que, a morte? Me livrei do estorvo.

Que me venha o futuro. Que seja eu surpreendido
Pois, minha força esta na forja do meu passado
Já conhecido, vivido, revivido, caminhado e adornado
Com flores murchas pelo tempo já saudado.

Que me venha a surpresa. Ruim ou boa
Que pela vida me cubram o sol ou a garoa.
O brilho iluminará minha parte mais profunda.
E a chuva tornará minha alma mais fecunda.
________________________________________

Nenhum comentário:

Postar um comentário