Wanderley Nogueira (*)
O Corinthians deixou o Clube dos 13 nesta quinta-feira e Flamengo, Vasco, Botafogo, Fluminense e Coritiba, acenam com o mesmo caminho. Apesar do ato destes clubes, a entidade não pretende mudar seu modo de agir. É o que explicou o diretor executivo do Clube dos 13, Ataíde Gil Guerreiro, a este jornalista em entrevista à Jovem Pan.
“Eu vou até o fim”, avisou o dirigente, que vê Rede Globo como iniciadora dos problemas na discussão pelos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro nos anos de 2012, 2013 e 2014.
“Começamos esse processo tentando fazer as coisas de um modo racional. Tínhamos preocupação com o comportamento da TV Globo. Nós sentíamos que ela faria de tudo para evitar uma concorrência. Mas como estamos no meio empresarial, não acreditamos que a falta de ética dela chegaria a este nível. Como o futebol é importante, ela não queria correr riscos”, explicou Ataíde.
“A Rede Globo não quer correr o risco de abrir o envelope e poder perder ou ganhar. Neste momento em que poderia ser dado um upgrade na relação dos clubes,quando colocaríamos o futebol brasileiro nos trilhos, ela cooptou os clubes e eles fraquejaram”, disse.
Guerreiro aproveitou para criticar a postura do Corinthians, que por meio de carta anunciou sua saída alegando que o Clube dos 13 privilegiou a Record na negociação. “Não foi feito nada escondido, não demos privilégio a ninguém. Está na imaginação do Andrés Sanchez, que não conseguiu achar motivo para sua saída. Ele inventou esse tipo de coisa porque não conseguiu encontrar nada”, afirmou.
“Só para ficar bem claro, já refutei essas bobagens que o Andrés falou. Estávamos em reunião e, após longa reunião, notamos que seria justo dar 10% de preferência à Globo. Estavam lá presidentes de clubes, e dentro da transparência, informamos as três emissoras concorrentes”, explicou Guerreiro.
“Temos a obrigação de demonstrar o que estão fazendo. Cada presidente de Clube terá que dar satisfação a seus credores porque estão deixando de receber mais dinheiro. Por que gostam de se submeter à Globo?”, questiona.
“Você fica trabalhando por um ano e tudo vai por água abaixo. São submissos. Falta coragem. Se houvesse, a situação não estaria assim”, definiu o dirigente. “Tenho a confirmação da RedeTV e da Record de seguirem na concorrência. Continuamos na TV aberta com dois players. No dia 11 de março, eu abro os envelopes”, avisou.
Guerreiro aproveitou para destacar que a disputa pelos direitos de transmissão não significam a possibilidade de um campeonato alternativo ao Brasileiro. “Não tem esse risco porque o campeonato é da CBF. O que pode acontecer é a divisão da imagem. Mas não vai mudar o Campeonato Brasileiro”, explicou.
(*) Jornalista esportivo e desde 1977 atuando na Rádio Jovem Pan e responsável pelo Terra Esportes
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