Cartão corporativo chega aos R$ 80 milhões de gastos
Os gastos do governo federal com cartões corporativos bateram recorde em 2010 ao atingir R$ 80 milhões, aumento de 24% em relação a 2009. Segundo levantamento da ONG Contas Abertas, as despesas em 2009 foram de R$ 64,5 milhões. O cartão, destinado aos pagamentos de rotina de autoridades em gastos que sejam considerados emergenciais ou essenciais, foi implantado em agosto de 2001 com intuito de melhorar o controle de despesas do governo e, desde então, já consumiu R$ 342 milhões dos cofres públicos. Sua utilização gerou polêmica em 2007, e motivou inclusive uma CPI no Congresso.
O acréscimo no gasto com cartões em 2010 deve-se em grande parte ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ligado ao Ministério do Planejamento – que consumiu R$ 19,3 milhões, valor três vezes maior do que em 2009. A elevação se explica pela utilização do recurso para o censo da população feito no ano passado. Os agentes do IBGE custearam gastos de transporte, hospedagem e fizeram saques de dinheiro com o cartão. Do aumento total de R$ 15,5 milhões nos gastos de cartões corporativos, o Planejamento responde por R$ 12,9 milhões, ou 83% do total.
Segundo informação do ministério e da Controladoria-Geral da União (CGU), o aumento de gastos é normal em razão do recenseamento e também da inflação – que foi de 5,9% em 2010, segundo o IPCA. A auditoria dos gastos feitos pelo IBGE em 2010, ainda segundo a CGU, deve ser completada só no fim do 1º semestre de 2011, seguindo prazos do órgão.
Gastos reservados
A Presidência foi o segundo órgão que mais gastou em 2010 – R$ 18,9 milhões –, aumentando em 26% suas despesas. O principal responsável pelo aumento na Presidência foi a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), que elevou em 66% os gastos – de R$ 6,8 milhões em 2009 para R$ 11,2 milhões em 2010. O motivo do aumento, porém, não é divulgado por se tratarem de “informações protegidas por sigilo, para garantia da segurança da sociedade e do Estado”.
Questionada, a Casa Civil não respondeu, até 21h30, sobre as razões do aumento de 26% nos gastos da Presidência. A CGU informou não ser responsável pela fiscalização dos gastos da Presidência – incluindo a Abin. O setor que mais gastou desde 2001 com o cartão também foi a Presidência, somando um total de R$ 105,5 milhões. Não se pode, no entanto, acessar a discriminação de como foi gasto esse valor, pois ele também é sigiloso.
Nota do Blog: E quem paga essa conta são os trouxas aqui. Depois querem ser um País sério.
Como é possivel a Presidência conseguir gastãr de forma "emergencial" , como é o propósito da concessão desse cartão, R$ 11.2 milhões em um ano, ou quase R$ 1 milhão por mes. Haja gastos "emergenciais".
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