Sérgio Siqueira (*)
A melhor, mais segura e urgente medida de prevenção contra o risco de tragédias naturais é a imediata e total reforma política brasileira. Instalar, para início de conversa e de mudança, o voto distrital. É só uma começo, mas já colocaria muito político no seu devido lugar.
Com o voto mais comunitário, mais próximo do eleitor, o brasileiro não seria mais acusado leviana e propositalmente de que "não sabe votar".
Hoje, é impossível votar bem. Os partidos, verdadeiras facções totalitárias, decidem por mais de 130 milhões de eleitores quem serão os candidatos que, uma vez eleitos, se transformarão em "representantes do povo". E o voto vai sempre para aqueles que a arte da dissimulação caracteriza como "os menos piores".
Esse jugo partidário, exercido pelas elites politiqueiras de sempre, não dá ao brasileiro o direito de escolha; pelo menos de uma razoável escolha. O voto é uma arma apontada contra a nação. É só um escudo fajuto que os co/mandantes usam para "proteger" o regime democrático. A democracia no Brasil é farsa e falsa. Consolida, a cada dia que passa, a injustiça e a desigualdade social.
Ou é possível um canalhocrata de colarinho branco perceber salários superiores a R$ 25 mil, fora o alho e as tapiocas, enquanto um operáriocrata nem sequer percebe que vai ganhar R$ 545 mensais?!?
Há muitos anos, um bom século pelo menos, os governantes - de prefeitos a ministros e presidentes; e os parlamentares - de vereadores a senadores, mandam nas cidades, nos Estados, na União.
Tão prepotentes quanto despreparados, são eles que não só permitem, como estimulam, a crescente e intermitente "ocupação irresponsável das áreas de risco" por gente pobre e gente rica, gente que manda e gente que se manda pra qualquer lugar onde possa sobreviver ou, em sendo elite, bem morar e bem viver.
Quando a natureza se revolta, a culpa é de Deus que já não é brasileiro... E do eleitor que, eles mesmos dizem, "não sabe votar".
De minha parte, desde que o crime organizado público representa no Brasil uma "área de risco" maior do que o crime organizado privado, eu não voto em ninguém. Sou daqueles que não tem a menor culpa pelas tragédias desnaturadas que vem soterrando o Brasil.
O desleixo criminoso para com a realização de uma verdadeira, séria e honesta reforma política é mais uma das heranças benditas deixadas nos salões do Palácio para a primeira-mulher-presidenta do Brasil mandar de vez para os saguões da maior Casa de Tolerância Nacional, onde cada metro quadrado é uma área de risco, sem qualquer perspectiva de medidas de prevenção.
(*) Jornalista e escritor. Responsável pelo Blog Sanatório de Noticias
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