Padre Edilberto Sena (*)
Como a Amazônia continua sendo a grande colônia do Brasil, as autoridades não se preocupam de fazer cumprir as leis que defendam os povos nativos, a natureza e o meio ambiente da região. O que hoje ocorre em Anapu, no Pará não é novidade, os saqueadores se sentem à vontade para se colocar em oposição às leis e à ordem. A lei do lucro prevalece sobre vidas e consequências sociais e ambientais.
Assim foi com líderes sindicais, com os trabalhadores rurais em Eldorado do Carajás, com a irmã Dorathy em Anapu, local onde hoje se repetem os crimes. Agora que os lavradores cançaram de esperar os fiscais do Estado e bloquearam a estrada, a polícia chegou para manter a paz e proteção, não se sabe de quem, se dos lavradores, ou dos ladrões de madeira.
O próprio Procurador da República admite que a omissão do Estado é que provoca a desordem social e crimes ambientais. Mas a omissão do Estado no cuidado com o meio ambiente e os povos da Amazônia não ocorre só no Pará. Ela se repete em Parintins, na Boca do Acre, no rio Madeira, em Aripuanã, em Roraima e lá onde houver alguma riqueza a ser explorada.
Na Amazônia onde o Estado está ausente, chegam os piratas, saqueiam , destroem e quando os nativos reagem, surgem os conflitos, morrem alguns, quase sempre do lado dos nativos e vêm as polícias, Ibama, Ideflor, Secretaria de Meio Ambiente, fazem de conta que botam ordem na área, e logo depois vão embora. Depois da morte da Irmã Dorathy o circo de autoridades fez a sessão, foi embora e o conflito se repete agora. Porém,a indignação popular está aumentando a bomba está armada na Amazônia a cabanagem não encerrou. Os sinais se repetem com mais frequência em Anapu, Arapiuns, rio Uruará.
(*) Sacerdote e Diretor da Rádio Rural de Santarém
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