segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Diagnóstico de depressão

Drauzio Varella (*) 

Depressão é a tristeza quando não acaba mais. É uma doença que ataca tão subrepticiamente, que a maioria dos que sofrem dela nem percebem que estão doentes. De cada dez pessoas que procuram o médico, pelo menos uma preenche os requisitos para o diagnóstico de depressão. 

Do início insidioso, a depressão evolui continuamente para quadros que variam de intensidade e duração. Nos casos mais simples, a pessoa pode curar-se por conta própria em duas a quatro semanas. Passado esse período sem haver melhora, os especialistas recomendam atenção e tratamento, porque a depressão prolongada pode levar a suicídio e mortes por causas naturais. 

Para ajudá-lo a identificar os sintomas da depressão acompanhe o algoritmo abaixo, retirado da quarta edição do Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-IV): 

1) Durante o último mês, você esteve frequentemente chateado por se sentir deprimido e desesperançado? 

2) Durante o último mês você esteve frequentemente chateado por sentir falta de interesse nas atividades? 

Se a resposta foi não a ambas as perguntas, é pouco provável que você tenha depressão. Mas, se uma das respostas foi sim, esteja atento a outros sintomas da doença. 

O diagnóstico de depressão requer a presença de cinco ou mais dos seguintes sintomas que incluam obrigatoriamente espírito deprimido ou anedônia, durante pelo menos duas semanas, provocando distúrbios e prejuízos na área social, familiar, ocupacional e outros campos da atividade diária. 

1) Estado deprimido: sentir-se deprimido a maior parte do tempo, quase todos os dias; 
2) Anedônia: interesse ou prazer diminuído para realizar a maioria das atividades; 
3) Alteração de peso: perda ou ganho de peso não intencional; 
4) Distúrbio de sono: insônia ou hipersônia praticamente diárias; 
5) Problemas psicomotores: agitação ou apatia psicomotora, quase todos os dias; 
6) Falta de energia: fadiga ou perda de energia, diariamente;
7) Culpa excessiva: sentimento permanente de culpa e inutilidade; 
8) Dificuldade de concentração: habilidade frequentemente diminuída para pensar ou concentrar-se; 
9) Idéias suicidas: pensamentos recorrentes de suicídio ou morte. 

De acordo com o número de itens respondidos afirmativamente, o estado depressivo pode ser classificado em três grupos: 

1) Depressão menor: 2 a 4 sintomas por duas ou mais semanas, incluindo estado deprimido ou anedônia; 
2) Distimia: 3 ou 4 sintomas, incluindo estado deprimido, durante dois anos, no mínimo; 
3) Depressão maior: 5 ou mais sintomas por duas semanas ou mais, incluindo estado deprimido ou anedônia.

(*) Médico oncologista, cientista e escritor formado pela Universidade de São Paulo 

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