quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Águas residuárias suprem escassez

Gazeta Digital 

tratamento-aguas.jpg (428×275)Estudos relacionados à disponibilidade de água apontam para crescente escassez e baixa qualidade deste recurso nos próximos anos. Professor do Departamento de Química e Bioquímica do Instituto de Biociências da (Universidade Estadual Paulista (Unesp), Fernando Broetto, explica que é provável que durante as próximas décadas a água destinada para irrigação seja ainda mais escassa, com maior nível de salinidade e alta concentração de alguns elementos tóxicos para as plantas. 

Em função disso, uma boa utilização de águas de reúso faz-se necessária. Com objetivo de discutir este tema, durante os dias 8 e 9 de novembro acontece a primeira edição do Simpósio Internacional de Águas Residuárias na Agricultura. O evento é organização pelo Programa de Pós-Graduação em Irrigação e Drenagem da Faculdade de Ciências Agronômicas da Unesp, da Fundação de Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais (Fepaf) e apoio da Sabesp.

O simpósio vai oferecer informações sobre novas tecnologias e conhecimentos mundiais na utilização de águas residuárias produzidas dentro das estações de tratamento de esgoto para fins na agricultura e nos processos industriais. 
O evento também pretende contribuir de forma objetiva para a pesquisa, desenvolvimento e inovação de uma agricultura sustentável. 

Dentre os palestrantes estão Juan José Alarcón e Maria Jesús Sánchez Blanco, ambos do Centro de Edafología y Biología Aplicada del Segura (Cebas), da Espanha; Steve Deverel, da empresa norte-americana Hydrofocus; Fernando Sozzo da Silva, da Sabesp; Antonio Teixeira de Matos, da Universidade Federal de Viçosa e o professor Rodrigo Máximo Sánchez Román, do Departamento de Engenharia Rural da FCA.Broetto, que é coordenador do Simpósio, explica que, em algumas modalidades, já é possível utilizar a água de reúso. 

Contudo, é necessário muito estudo e atenção. “Hoje em áreas onde há plantas de jardinagem em alguns países da Europa onde a seca já está estabelecida este é um processo que já se tornou comum. No Brasil, porém, o assunto ainda precisa ser discutido em algumas esferas do conhecimento para sabermos onde aplicar”. 
O especialista diz ainda que em estados como Mato Grosso, por exemplo, com grandes áreas destinadas a agricultura, dificilmente seria possível utilizar essa técnica a curto prazo em função de algumas propriedades físico-químicas que essa água traz.

A água de reúso é produzida dentro das Estações de Tratamento de Esgoto e pode ser utilizada para inúmeras finalidades, como geração de energia, refrigeração de equipamentos, aproveitamento nos processos industriais e limpeza de ruas e praças. 
As empresas que utilizam a água de reúso colaboram com a economia de água potável destinada ao abastecimento público. 

Na Sabesp, por exemplo, vale ressaltar que todo processo de produção da água de reúso é assegurado pelo sistema de gestão ISO 9001:2008, obedecendo a rigorosos parâmetros de qualidade. 

A Sabesp é uma empresa de economia mista responsável pelo fornecimento de água, coleta e tratamento de esgotos de 363 municípios do Estado de São Paulo.
O uso responsável da água é fundamental não somente nas regiões metropolitanas, mas em todo o mundo. 
Cada litro de água de reúso utilizado representa um litro de água conservada nos mananciais. 

O assunto é tão importante que faz parte da Estratégia Global para Administração da Qualidade das Águas, proposta pela ONU, para preservação do meio ambiente. 

É uma maneira inteligente e capaz de assegurar que as gerações futuras tenham acesso a esse recurso tão precioso e essencial à vida: a água potável.

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