sexta-feira, 28 de setembro de 2012

À procura de um administrador

Renato Gomes Nery (*) 

e6f8a84816a9618d94b8df594f6b761b.jpg (457×418)Se o Estado de Mato Grosso chegou à posição de maior produtor de grãos do Brasil, foi graças à gestão eficiente da iniciativa privada. Entretanto, apesar de o Estado já ter tido entre os seus administradores um dos expoentes de agro-negócio, não parece que esse administrador tenha preocupado em melhorar a gestão da coisa pública, que continuou arcaica, ineficiente e de precários resultados. 

E essa questão é premente e urgente na Prefeitura de Cuiabá, onde foi implantado um modelo de como não administrar a cidade. É este modelo o responsável por toda sorte de entraves que impedem a Administração Municipal de se ter o mínimo de compromisso, de eficácia e de eficiência. Se o cidadão tentar resolver algum problema na Prefeitura Municipal de Cuiabá, vai ver o cipoal em que se vai meter, sem apelos, a não ser as vias transversas dos caros e custosos atalhos. Imaginem então o que acontece com os grandes e médios problemas e projetos que a cidade necessita no dia a dia de sua administração. 

Ressalte-se que a maioria dos administradores nunca se importou com isto e alguns usaram a Prefeitura, sem pudor, para vôos mais altos, sem se importarem com os compromissos assumidos com a população e a cidade que navega entre o caos e desordem. 

As conseqüências de tudo isso são evidentes. Podia-se expandir a cidade em outra direção com a construção do estádio de futebol em outro local. Entretanto, foi mais fácil e mais caro destruir o Verdão e reconstruí-lo no mesmo local superpovoado e com imensas dificuldades de acesso. Se o BRT de implantação mais fácil e mais barata era viável, por que não trocá-lo pelo VLT muito mais caro e de custo operacional duvidoso. Quem vai pagar a salgadíssima conta? A cidade foi virada de cabeça para baixo, sob a tutela de um poder imperial que não ouviu ninguém na implantação de uma suposta cidade do futuro. Esses são alguns dos tantos desacertos de uma cidade de um passado glorioso que vaga para um futuro incerto, sem saúde, sem saneamento, sem segurança e sem educação. 

Os candidatos a prefeitos são todos bons moços que prometem o impossível. Nenhum deles parece ter um diagnóstico da cidade. Todos prometem tudo. Vão transformar a cidade num paraíso. Não têm personalidade e nem atitude. São marionetes nas mãos espertas de marqueteiros. Se um vende a imagem de bom moço, o outro repete a mesma caricatura. Esta imagem é disputada a tapas com ameaças e promessas. E por aí vai este circo de insensatez. 

O administrador para Cuiabá não precisa ser um gênio da administração, mas alguém com bom senso que saiba que não se pode gastar mais do que se tem. De que 2+2 = 4 e 6-3 = 3. Que saiba que o número de servidores não deve ser maior do que as tarefas. Tenha habilidade para distribuir tarefas e cobrar resultados. Que tenha sensibilidade e disposição para resolver os problemas da cidade e, sobretudo compromisso e força para implantar uma gestão eficiente e com resultados concretos. 

Não consigo ver entre os candidatos alguém com esse perfil. Parece que as sete pragas que foram lançadas sobre a cidade terão vida longa. Suplico ao Criador para que não seja tão severo e que um dia mande um gestor que nos tire deste ramerrão. 

(*) É advogado em Cuiabá. 
E-mail – rgnery@terra.com.br

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