segunda-feira, 7 de novembro de 2011

O homem rico

Padre Sidney Augusto Canto (*)

Um homem muito rico morreu e foi recebido por um anjo no reino da vida eterna. O anjo o conduziu por várias alamedas e ruas, ia mostrando a morada dos bem aventurados. Apareceu uma impressionante mansão com belos jardins. O homem perguntou:
- Quem mora aí?
O anjo respondeu:
- É o Raimundo, aquele seu motorista que morreu no ano passado.
O homem ficou pensando: Puxa! O Raimundo tem uma casa dessas! Aqui deve ser muito bom! Logo a seguir apareceu uma casa ainda mais bonita, com piscina e tudo!
- E aqui, quem mora? Perguntou o homem. O anjo respondeu:
- Aqui é a casa da Rosalina, aquela que foi sua cozinheira.
O homem ficou imaginando que, tendo seus empregados tais magníficas residências, a sua morada devia ser no mínimo um palácio. Estava ansioso por vê-la. Aí o anjo parou diante de um barraco construído com tábuas meio podres e coberto de palha. E disse:
- Esta é a sua casa!
O homem ficou indignado. Como era possível! E disse ao anjo:
- Vocês sabem construir coisa melhor e fazem isto!?
- Sabemos, - respondeu o anjo – mas aqui nós só construímos as casas; o material são vocês que selecionam e enviam lá de baixo...

Essa história bem se aplica ao ensinamento de Jesus: “Na casa do meu Pai há muitas moradas. Se não fosse assim, eu vos teria dito, pois vou preparar-vos um lugar, e quando eu for e vos tiver preparado o lugar, virei novamente e vos levarei comigo, a fim de que, onde eu estiver, estejais vós também”. (Jo 14, 2-3)

Nós somos passageiros neste mundo. Nem mesmo nossas sepulturas podem ser consideradas nossas moradas finais. Para os que crêem, a nossa verdadeira casa é a casa do Pai, onde 
Jesus está nos preparando um lugar.

Refletindo sobre o que Jesus nos diz e sobre a história acima podemos nos perguntar: Que material estamos enviando para que Deus construa a nossa morada eterna? Somos gananciosos de querer apenas o melhor para nós sem nos importar com o bem do próximo? Passamos a vida correndo atrás de ganhar dinheiro, fama e poder, e nos esquecemos que isso para Deus não tem valor?

Quão bom seria se não encarássemos a morte como dor, perda, fim... Pois para os que pertencem a Deus, a morte corporal nada mais é do que nossa verdadeira “volta pra casa”.

PENSE E REFLITA

(*) Sacerdote santareno e foi ordenado presbítero no dia 28 de dezembro de 2001. É membro da Academia de Letras e Artes de Santarém, como escritor e pesquisador da história da sua Diocese já tendo dois livros publicados e outros dois inéditos.

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